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Nada brilhou mais que o ouro

Confira como foi o rendimento dos cinco principais investimentos ao longo de 2010 |
Confira como foi o rendimento dos cinco principais investimentos ao longo de 2010 (Foto: )

Há anos, investir em ouro não reluzia tanto. O metal amarelo fechou 2010 como o investimento mais valorizado do mercado, com rentabilidade de 32,3% – abriu o ano valendo R$ 62 o grama e fechou a R$ 82. Para efeito de comparação, a caderneta de poupança, principal investimento da maioria dos brasileiros, teve rendimento de 6,9%, menor resultado desde 1967. O investimento que mais se aproximou do ouro foi o CDI com valorização de 9,6% no ano.

O enfraquecimento de diversas moedas mundiais, principalmente o dólar, e o temor da alta da inflação são apontados como os principais fatores da valorização do ouro. Segundo o diretor da Mer­catto Investimento, Paulo Veiga, se o dólar era visto como aposta segura nas décadas de 80 e 90, agora é o contrário, efeito que resulta no crescimento de outras opções. "A insegurança em relação a algumas moedas e alguns mercados acaba jogando uma parcela dos investidores para o ouro, que tem o seu valor preservado no tempo", diz. "O ouro é uma forma de se proteger da inflação alta", complementa o analista da Omar Camargo Investimentos Luiz Augusto Pacheco.

Apesar do bom rendimento ao longo do ano, investir na principal matéria-prima das joalherias ainda é algo pouco disseminado entre os brasileiros. Um dos motivos é o alto custo inicial, já que existe a obrigatoriedade da comprar mínimo de 250 gramas do metal, ou seja, cerca de R$ 20 mil. "O ouro é investimento interessante para pessoas mais sofisticadas. Além do mais, nunca é a primeira opção", explica Pacheco. "Investir em ouro não é mais hábito do brasileiro. Na década de 80, cheguei a fechar 800 contratos envolvendo ouro no mesmo dia. Hoje, o número de negócios no mercado todo não ultrapassa 10 por dia", diz Veiga.

Cautela

Os especialistas acreditam que o rendimento do ouro pode continuar subindo, mas orientam cautela aos investidores. Para o consultor financeiro Raphael Cor­­deiro, o ouro está cada dia mais próximo do valor máximo. "Tal­­vez suba mais um ou dois anos e vai estabilizar. É preciso cautela no futuro, pois os próximos 20 anos não serão como os últimos 5", diz. "É difícil saber o futuro do ouro porque é questão de oferta e procura. Mas, se a alta da inflação se concretizar, o ouro sobe", afirma Pacheco.

Em 2009, a cotação do ouro se manteve praticamente estável. Já em 2008 o metal teve um rendimento de quase 30%. Nos dois anos anteriores – 2006 e 2007 –, a rentabilidade foi superior a 10%.

Mesmo diante de números tão otimistas, o diretor da Mercatto Investimento desencoraja a compra do metal, principalmente para quem julga ser um investimento totalmente seguro. "Existe um ditado dizendo que quem comprar ouro não perde. Isso é mito. Não existe função que justifique o seu valor", dispara Paulo Veiga.

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