Atentos à situação difícil da economia, os namorados serão mais contidos neste ano. Pelo menos nos presentes. Pesquisa do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) mostra que mais da metade (52%) pretende gastar menos em presentes do que no ano passado. O desemprego (25,8%) e o endividamento (24,9%) são as principais razões para a redução dos gastos. “A desaceleração da economia, com o crédito aos consumidores cada vez mais restrito, a inflação elevada e as altas taxas de juros, diminuem o poder de compra do consumidor e a principal medida para salvar as finanças é o corte de gastos”, diz a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.
O valor médio que os entrevistados pretendem gastar é de R$ 138,00, e 76,3% afirmaram que comprarão apenas um presente esse ano. O preço pode influenciar nesse número: quase 80% dos consumidores acreditam que os presentes estão mais caros do que em 2014.
Mão aberta
Para 29,9% dos entrevistados, o investimento nos presentes neste ano será maior. E 30,8% deles acreditam que esse aumento é por causa da inflação dos principais produtos trocados no Dia dos Namorados – itens de vestuário, calçados, perfumes e cosméticos, acessórios de moda e até o tradicional jantar. Um presente melhor do que o ano passado está na lista de 31,3% dos entrevistados e em 18,5% por causa de uma eventual melhoria no salário.
Os homens estão mais dispostos a gastar para comemorar a data e homenagear a esposa: 76,7% contra 59,6% entre as mulheres que presentearão o marido. O valor médio previsto para ser gasto com o presente também é maior quando perguntado aos homens: eles pretendem gastar R$ 164,00 – já as mulheres, R$ 114,00.
Para fugir do endividamento e proteger o orçamento nos próximos meses, 65% dos pesquisados pretendem pagar à vista, sendo 57,7% em dinheiro. “O momento é de fazer reservas e não se endividar, e o pagamento parcelado de presentes pode prejudicar o pagamento de contas básicas no futuro”, explica a economista do SPC.
O movimento deve ser menor inclusive em restaurantes, ambiente comum de comemoração do Dia dos Namorados. Para 49,3% dos entrevistados, a celebração será em casa. Apenas 18,5% pretender sair para jantar.