Não teve como fugir em falar dos “haters”, no painel sobre uso excessivo ou ilimitado da internet, realizada na manhã deste sábado (22), no Curitiba Social Media. Bloquear, denunciar, responder sendo você próprio um hater? São muitos caminhos possíveis.
“A gente costuma dizer que na internet sempre são acesas duas velas, uma para o bem e outra para o mal. E a do mal é sempre mais forte”, explica Alexandre Abrão, filho do músico Chorão e atual responsável pela marca Charlie Brown Jr. “E no caso do Charlie Brown não são velas, são dinamites”.
Alexandre usa como exemplo a página da banda, no Facebook. Como moderador, ele poderia sair bloqueando todo mundo e apagando todas as postagens contrárias ao Charlie Brown. Mas faz parte do trabalho respeitar as opiniões contrárias, e muitos dos comentários não são de ódio, mas de fãs manifestando um descontentamento. Outros tanto ultrapassam essas barreiras, e aí são bloqueados.
Muitas vezes este ódio dos haters ultrapassa as barreiras da legalidade. Engenheiro da Copel Telecom, Julio Martins conta que a empresa recebe diariamente requisições da justiça para quebra de sigilo de usuários que cometeram algum crime pela internet. “A pessoa acha que está anônima, que não vai dar em nada. Mas dá sim”, alerta.
Em sua conta de Twitter, o médico Marcelo Arantes - mais conhecido como Dr. Marcelo - prefere medidas menos drásticas. “O block que liberta”, brinca, sobre a função que permite impedir que um usuário tenha acesso a suas postagens ou faça qualquer tipo de interação.
No Twitter, ele também recorre ao “silenciar”, quando as postagens de um usuário deixam de aparecer na sua linha do tempo, mas é possível continuar seguindo-o. “Assim a pessoa acha que você está lendo, e às vezes é só isso que ela precisa”.
Como não podia deixar de ser em um evento sobre a internet, a própria mesa foi alvo de haters. Um seguidor de Marcelo Arantes mandou para ele, no Twitter, a imagem de pessoas dormindo na plateia, com a mensagem “só mesmo o Dr. Marcelo para salvar este painel”.
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