O governo está sendo bem sucedido em moderar o crescimento econômico e evitar uma apreciação maior do câmbio, mas novas medidas poderão ser tomadas para impedir uma escalada de preços, afirmou o ministro da Fazenda, Guido Mantega, nesta sexta-feira.
"O governo já tem tomado e continuará tomando todas as medidas para que busquemos o centro da meta. O governo não brinca em serviço com a questão inflacionária", disse Mantega durante apresentação na Câmara de Comércio Brasil-França.
Segundo ele, uma desaceleração dos preços já está em marcha por causa da queda recente das commodities internacionais, mas ele alertou para o perigo de a pressão recente das matérias-primas se espalhar para outros setores.
Os comentários vêm após a inflação medida pelo IPCA no acumulado em 12 meses superar em abril o teto da meta definida para o ano, de 6,5%.
De acordo com Mantega, a perspectiva inflacionária para os próximos meses é de desaceleração, mas o governo continuará tomando todas as medidas para levar o IPCA de volta ao centro da meta de 4,5%.
O ministro também voltou a apontar o câmbio apreciado como um dos problemas do país. Ele admitiu que a moeda brasileira está valorizada, mas afirmou que as medidas tomadas pelo governo nos últimos meses para evitar um fluxo maior de dólares para o país têm sido bem sucedidas.
Para Mantega, as distorções no câmbio são em grande parte reflexo das políticas expansionistas de países desenvolvidos, que deixam os mercados muito líquidos. Segundo ele, esses mercados foram "um pouco longe demais" e não combinaram adequadamente as políticas monetária e fiscal.
Mas, ponderou, as economias desenvolvidas devem logo iniciar um ciclo de crescimento mais sustentado, o que deve dispensar a renovação do quantitative easing (afrouxamento monetário) dos Estados Unidos para estimular a economia.
"Neste momento nós vamos ter uma desvalorização do câmbio no Brasil, e vamos todos ficar felizes", disse Mantega.
Enquanto isso não acontece, o plano do governo é tomar novas medidas para auxiliar o setor produtivo, especialmente as empresas exportadoras.
"Estamos estudando uma maneira de tirar a contribuição patronal da folha de pagamento. Ainda este ano teremos uma solução para esta questão", previu.
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