Nas casas de câmbio, a cotação do euro turismo está acima de R$ 4,90.| Foto: martaposemuckel/Pixabay

Após um pico de R$ 4,10, o dólar fechou em R$ 4,05 nesta quarta-feira (22), refletindo ainda o nervosismo do mercado com o cenário eleitoral e que levou o câmbio a romper a barreira de R$ 4 ainda na terça-feira (21) pela primeira vez em mais de dois anos. O euro também está se fortalecendo frente ao dólar e, consequentemente, frente ao real, assustando ainda mais quem está de viagem marcada.

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Só no mês de agosto, a moeda da União Europeia se valorizou mais de 6% frente ao real. Nesta quarta-feira (22), o euro fechou em R$ 4,70. Mas as razões para isso, apesar da crise revelada na Turquia ainda neste mês, são mais externas e têm a ver com fatores conhecidos desde o início do ano, como a eleição de Emmanuel Macron na França, e também fatores mais recente, como as críticas do presidente Donald Trump à política de juros do FED. De 15 de agosto para cá, o euro passou de US$ 1,13 para US$ 1,16, segundo o acompanhamento do EBC, o Banco Central europeu.

Todo esse movimento levou o dólar turismo para cima de R$ 4,20 e o euro para mais de R$ 4,90 nas casas de câmbio do país, segundo informações do site MelhorCâmbio

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Investidores digeriam a pesquisa Datafolha* divulgada no começo do dia, que mostra o ex-presidente Lula (PT) com 39% das intenções de voto, no primeiro levantamento realizada após os registros das 13 candidaturas ao Palácio do Planalto.

Na simulação da disputa com Lula, o deputado Jair Bolsonaro (PSL) mantém estabilidade no seu eleitorado, com 19% no segundo lugar. Aparecem embolados em terceiro Marina Silva (Rede, com 8%), Geraldo Alckmin (PSDB, 6%) e Ciro Gomes (PDT, 5%).

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No cenário sem Lula, a condenação em segunda instância enquadra o petista na Lei da Ficha Limpa e deverá provocar sua inabilitação, Bolsonaro surge à frente da disputa, com 22%.

Marina e Ciro dobram suas intenções de voto, ficando com 16% e 10%, respectivamente. Alckmin também sobe para 9%, empatando na margem com Ciro.

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Fernando Haddad (PT), vice de Lula e potencial substituto do ex-presidente em caso de inabilitação de sua candidatura, não tem uma largada muito promissora: apenas 4% das intenções de voto, empatado com o senador Alvaro Dias (Podemos).

Apesar da melhora de Alckmin. candidato preferido pelo mercado por ser visto como um nome mais reformista, a potencial transferência de votos de Lula para Haddad é o principal receio do mercado no momento.

A Rio Bravo Investimentos destaca, no entanto, que 31% votariam “com certeza” num candidato indicado por Lula. “Diminui a chance de um segundo turno com pelo menos um candidato centrista com o potencial de transferência de votos de Lula para Haddad e a resiliência dos votos de Bolsonaro”, escreveu em relatório da manhã.

Nos últimos dois dias, os mercados brasileiros se descolaram do exterior e foram fortemente influenciados por pesquisas eleitorais. Lá fora, o dólar avança apenas sobre 8 das 31 principais divisas do mundo.

“O mercado ainda não parece ter encontrado um novo patamar de equilíbrio e novas máximas devem ser testadas”, escreveu a Guide Investimentos em seu relatório.

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*Pesquisa realizada pelo Datafolha de 20/ago a 21/ago/2018 com 8.433 eleitores em 313 municípios (Brasil). Contratada por: Folha de São Paulo e Rede Globo. Registro no TSE: BR-04023/2018. Margem de erro: 2 pontos percentuais. Confiança: 95%.