A Alemanha não vai "despejar dinheiro num poço sem fundo" e a paciência com a Grécia está diminuindo antes de uma nova eleição no país do Mediterrâneo, afirmou ao jornal Leipziger Volkszeitung o ministro do Interior da Alemanha, Hans-Peter Friedrich.
Friedrich disse que a Alemanha, a maior economia da Europa e o maior contribuinte nos esforços de resgate, tem o prazer de ajudar a Grécia a se ajudar, mas espera que o país honre seus compromissos.
"Nós não estamos dispostos a derramar dinheiro em um poço sem fundo", disse o ministro ao jornal.
"Qualquer um que quiser ver ajuda e solidariedade de nós tem que aceitar que nós esperamos desse país uma certa quantidade de seriedade e uma certa quantidade de razoabilidade."
Friedrich, que tem sido um linha-dura no gabinete de Merkel sobre a Grécia, foi o primeiro ministro alemão a pedir abertamente em fevereiro que a Grécia deixasse a zona do euro.
Embora seus comentários mais recentes parecem ter o objetivo de apaziguar os alemães que estão cada vez mais preocupados com a situação grega, eles podem reabrir velhas feridas com Atenas.
O ministro das Finanças, Wolfgang Schaeuble, também chamou a Grécia de "um poço sem fundo" em fevereiro, mas deixou de usar o termo depois de ter se tornado um vilão em Atenas.
A Grécia foi obrigada a convocar uma nova eleição para 17 de junho, depois que a votação de 6 de maio deixou o Parlamento dividido entre partidos que apoiam e que se opõem às condições de austeridade associadas ao pacote de resgate de 130 bilhões de euros, acertado com a União Europeia (UE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI) em março.
Partidos anti-resgate devem repetir seu forte desempenho, segundo mostram as pesquisas de opinião, aumentando o risco de a Grécia renegar suas promessas de austeridade, o que levaria a um calote de sua dívida e possivelmente faria o país deixar o bloco monetário.
Merkel e líderes da União Europeia disseram na cúpula desta semana que querem manter a Grécia na zona do euro. Mas fontes disseram à Reuters que a Equipe de Trabalho do Eurogrupo- especialistas que trabalham para os ministros de Finanças do bloco- pediu aos Estados-membros que começassem a fazer planos de contingência no caso de uma saída da Grécia do bloco.