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Presidente do Banco Central

“Não serei político e nem vou trabalhar no governo”, diz Campos Neto sobre saída do BC

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O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto (Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil)

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O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, disse que ao deixar o comando da instituição, no fim deste ano, pretende descansar pelos próximos seis meses. Após o período de quarentena, Campos Neto descarta qualquer atuação em cargo político e planeja voltar à iniciativa privada.

As declarações foram dadas durante participação em um evento organizado pela Veedha Investimentos e pela Aurum Wealth Management, na noite desta quarta-feira (2).

“Não serei político e nem vou trabalhar no governo [...] Sou muito grato ao Banco Central, foi um período muito feliz na minha vida, mas eu gostaria de voltar para a iniciativa privada”, disse Campos Neto.

Durante sua participação no evento, Campos Neto ainda falou sobre taxa de juros, meta fiscal e a preocupação com as bets.

Taxa de juros e meta fiscal

Para Campos Neto, o governo federal precisa dar um “choque fiscal” positivo para que o país volte a conviver com taxas mais baixas de juros.

Este ano, o presidente Lula (PT) mudou a meta fiscal de 2025 e não tem mais previsão de superávit para o próximo ano. Agora, o objetivo anunciado pelo governo é zerar o déficit primário.

"Tem um tema recente que é a transparência do número fiscal. Muita gente questiona se os números são transparentes, principalmente no que diz respeito ao cálculo do primário. A gente tem dito que é muito importante que o primário expresse um esforço fiscal no ano corrente", afirmou Campos Neto.

"É muito difícil pensar que a gente vai conseguir trabalhar com juros mais baixos, de forma estável, sem ter uma perspectiva de convergência da dívida”, completou.

Bets

Ao falar sobre as casas de apostas, Campos Neto disse que não cabe ao BC criar políticas sobre o tema, mas defendeu a importância de alertar sobre os gastos de beneficiários do Bolsa Família com as bets.

De acordo com Campos Neto, a preocupação do BC tem relação com o potencial dos jogos de aumentar a inadimplência dos consumidores.  

“Estava aparecendo (nos dados) que estava indo para um caminho de gerar inadimplência nas classes mais baixas da população, que é super preocupante”, afirmou.

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