O primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, insiste que deve haver eleições após ele cumprir seu plano de entregar o cargo na próxima semana, e não tem a intenção de se apresentar como candidato, informou o jornal La Stampa de Turim nesta quarta-feira (9), citando uma conversa por telefone do político.

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As eleições, contudo, só podem ser convocadas pelo presidente da Itália, Giorgio Napolitano. O presidente disse que as medidas econômicas serão aprovadas "nos próximos dias" e que Berlusconi deixará o cargo logo após isso. Napolitano poderá antecipar as eleições de 2013 ou então encarregar outro político, deputado ou senador, para a formação de um novo governo.

Napolitano também considerou "infundados" receios com a possibilidade de a Itália ficar presa num longo período de inatividade tanto do governo quanto do parlamento, afirmando que procedimentos para agilizar a aprovação das medidas podem ser adotados "em qualquer momento".

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As medidas de austeridade foram incluídas no orçamento de 2012, o qual deverá ser votado no Senado e na Câmara dos Deputados na próxima semana. Na terça-feira, o governo conseguiu aprovar na Câmara a revisão do orçamento de 2010/2011, a prestação de contas, com 308 votos a favor e 321 abstenções. Como não conseguiu 316 votos, não obteve maioria na Câmara de 630 deputados e isso levou Berlusconi a visitar Napolitano, a quem disse que renunciará após a aprovação das medidas de austeridade.

Napolitano também disse que consultará todos os partidos políticos imediatamente após a renúncia de Berlusconi com o objetivo de conduzir o país "rapidamente" a um novo governo ou a eleições antecipadas.

Os mercados financeiros temem que a situação na Itália entre em um impasse e desejam que Berlusconi deixe imediatamente o poder. "Berlusconi é um político mestre nas manobras. Ninguém acredita que ele renunciará até que renuncie. É simples assim", disse Jan Randolph, chefe da análise de risco soberano no IHS Global Insight.

"Ele sobreviveu a vários votos de confiança e voltou à cena política após o ostracismo. Ninguém acredita que ele sairá de cena até que realmente deixe o poder".

As informações são da Associated Press e da Dow Jones.

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