Até a manhã do domingo (20), dezenas de milhares de pessoas ao redor do mundo participam de uma "maratona" em busca de soluções inovadoras para problemas reais da humanidade. A mobilização faz parte da 8ª edição do Nasa Space Apps Challenge, um hackathon conduzido pelo programa de incubação da Agência Espacial Norte-americana. Desde 2012, a iniciativa conta com a participação aberta e gratuita de equipes de profissionais de diversas áreas - como tecnólogos, cientistas, designers, empreendedores, artistas.
Mais de 200 eventos são realizados simultaneamente em 95 países para a construção de propostas que funcionem como resposta para desafios elaborados pelo staff da Nasa. Mais de 20 deles foram lançados e puderam ser escolhidos pelos participantes como problema a atacar. Para elaborar os projetos que serão apresentados, os hackers têm acesso à base de dados colhidos a partir de missões, pesquisas e tecnologias desenvolvidas pela Nasa em 60 anos de operações.
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A relação de problemas a serem solucionados pelos participantes do hackathon conta com questões próximas ao dia a dia, como a limpeza dos oceanos, o combate a incêndios e a identificação de populações vulneráveis a riscos ambientais, mas vai além deste planeta. Os times também podem optar por criar um aplicativo para a pilotagem de drones espaciais e até construir soluções para detectar e eliminar a poeira lunar (que é comprovadamente prejudicial para equipamentos e para os astronautas em missão).
I want you
No Brasil, são mais de 30 eventos relacionados ao hackathon. Em Curitiba, ele é promovido pela Jupter, aceleradora, fundo de investimentos e hub de inovação com atuação nacional. Segundo a organizadora local Marcela Lachowski, desenvolvedora de negócios da Jupter, o Nasa Space Apps Challenge é uma oportunidade real para ser parte das soluções que vem sendo pensadas pela agência norte-americana.
Segundo ela, "são desafios que realmente fazem sentido para eles. A Nasa inclusive já tem cases de ter recrutado pessoas no Nasa Space Apps, que ajudaram eles a trabalhar com esses desafios, então eles realmente olham para isso como um ativo", ressalta.
Quando se encerrarem as 48 horas do hackathon, os projetos terão sido enviados para a plataforma online da Nasa. A partir de então, cada cidade participante realizará peneiras para definir os destaques em meio a seis categorias: melhor uso de dados, melhor hardware, o projeto com maior impacto, o projeto mais criativo e inspirador, o melhor conceito de missão e o melhor uso da ciência.
As equipes apresentarão pitches diante de bancas julgadoras até a definição de duas finalistas por cidade envolvida. Essas seguem para a seletiva principal, que resultará em seis vencedores mundiais a ser conhecidos dentro de um mês. Os times que mais se destacarem serão convidados para a winners' trip: uma visita ao Kennedy Center, complexo da Nasa em Cabo Canaveral. Em 2018, o hackathon produziu 1.375 projetos.