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Corredores do Mueller, em Curitiba, ficaram lotados ontem: sem ver crise, shopping mantém planejamento para 2009 | Daniel Castellano/Gazeta do Povo
Corredores do Mueller, em Curitiba, ficaram lotados ontem: sem ver crise, shopping mantém planejamento para 2009| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

O primeiro Natal depois do estouro da crise financeira no Brasil não será a maravilha que o presidente Lula anunciava em agosto, mas também já se afastou do desastre que começou a ser previsto no mês passado. No início de novembro, quando os sinais da crise estavam claros, a Associação Comercial do Paraná (ACP) se viu forçada a cortar a previsão de crescimento nas vendas em relação a 2007, de 8% para 4%. Agora, a uma semana do Natal e com os shoppings cheios, os resultados parciais de dezembro devolveram ao varejo uma perspectiva positiva, de aumento entre 5% e 6% no faturamento. A Federação do Comércio (Fecomércio) também reviu sua projeção, que já foi de 11%, quando a economia estava "em marcha", para os atuais 5% a 6%.

"A atual perspectiva para esse Natal é bem mais amena do que seria sem as intervenções fiscais e no financiamento feitas pelo governo federal", disse o conselheiro do Conselho Regional de Economia (Corecon/PR), Vamberto Santana. Para ele, as medidas foram positivas porque deram o fôlego necessário para sustentar as vendas. No entanto, não há nada que garanta a manutenção do ânimo em 2009. "Se mais nada for anunciado pelo governo, nossas empresas exportadoras vão ter dificuldade de manter os níveis de 2008 já no primeiro trimestre", afirmou, ressaltando a preocupação com a manutenção dos empregos.

Os lojistas se prepararam com promoções e facilidades para aproveitar o fôlego no consumo, que começou no fim de novembro, com a primeira parcela do décimo-terceiro salário. A gerente de marketing do shopping Mueller, Laura Ranaldi, admite que as pessoas podem até estar investindo menos, mas não estão deixando de consumir. De janeiro a novembro, as vendas do estabelecimento foram 13% superiores ao mesmo período de 2007.

"Nós do varejo ainda estamos sentindo o aquecimento e não tivemos problemas no fluxo normal da economia. Estamos trabalhando com planejamento e orçamento normal para 2009, ainda sem pensar em crise", disse.

Lojistas declaram perceber aumentos de até 30% nas vendas em relação a dezembro de 2007. Com o décimo-terceiro no bolso, muita gente aproveitou para comprar à vista, diz a gerente da Hering, Christiane Fehrlen. "Isso durou uma semana. Agora a maior parte dos clientes opta pela possibilidade de parcelamento no cartão de crédito", afirmou.

Segundo a gerente da Arezzo Suelen Nogueira, a meta de vender 20% a mais que em dezembro passado já foi atingida. "Nesse ritmo certamente chegaremos a 30%", disse. Na loja de perfumes e cosméticos Laffayette, o aumento constatado nas vendas chega a 10%, segundo a gerente Patrícia Maciel Brasil. "Os fornecedores investiram no mercado brasileiro e estão segurando valores antigos do dólar", justificou.

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