A Natura&Co, empresa que representa o grupo controlador de Natura, The Body Shop e Aesop, anunciou no fim da tarde desta quarta-feira (22) a compra da Avon Products Inc, responsável pelas operações da concorrente fora da América do Norte.
A transação se dará a partir de uma operação de troca de ações (all-share merger), "criando o quarto maior grupo exclusivo de beleza no mundo", conforme nota divulgada pela fabricante e varejista brasileira de cosméticos. A aquisição, segundo a Natura&Co, deve elevar o faturamento bruto anual do grupo para cifras superiores aos US$ 10 bilhões.
Como parte do negócio, foi criada uma nova holding brasileira, a Natura Holding S.A. Com base na relação de troca estabelecida (de 0,300 ação da Natura Holding para cada ação da Avon), os acionistas de Natura &Co terão 76% da companhia combinada, enquanto os acionistas da Avon ficarão com aproximadamente 24%.
Negociadas na Bovespa, as ações da Natura chegaram a cair cerca de 5%, a R$ 52,84, assim que a Bolsa brasileira abriu. Com mais detalhes da compra, elas inverteram o sinal fechando o dia em alta de 9,43%, cotadas a R$ 61,50, máxima histórica atingida pelos papéis da companhia, ultrapassando a cifra anterior, de R$ 59,80, em 04 de janeiro de 2013. Na Bolsa de Nova York, as ações da Avon Product Inc chegaram a subir mais de 20%, mas fecharam o dia em alta de 9,94%, a US$ 3,518.
Com base no preço de fechamento da Natura de 21 de março, não influenciado por rumores de mercado, a transação avalia o enterprise value da Avon em US$ 3,7 bilhões, e o grupo combinado em aproximadamente US$ 11 bilhões.
O tamanho do negócio
De saída, a inclusão da Avon ao portfólio da brasileira cria um grupo global, com presença em cem países, e líder na relação direta com o consumidor, por meio de mais de 6,3 milhões de representantes e consultores da Avon e da Natura. A compra tem capacidade de ampliar o mercado da gigante brasileira e pode alçá-la ao posto de líder isolada do setor no país, abrindo distância dos principais rivais Unilever e Boticário a partir da conquista de novos públicos (em especial das classes D e E).
Conforme informação da empresa, a Natura &Co "espera que a combinação desses negócios resulte em sinergias estimadas entre US$ 150 milhões e US$ 250 milhões anuais que serão parcialmente reinvestidos para aumentar ainda mais sua presença nos canais digitais e mídias sociais, em pesquisa e desenvolvimento, iniciativas de marca e expansão da presença geográfica do grupo".
O interesse da Natura nos negócios mundiais da Avon já mostrava consonância com outras movimentações da brasileira, que em 2017 adquiriu a britânica The Body Shop, e antes, em 2013, assumiu a australiana Aesop. Segundo Roberto Marques, presidente executivo do Conselho de Natura &Co em declaração divulgada pela empresa, a "Natura &Co está dando um passo decisivo para construir um grupo global, multimarca e multicanal, orientado por propósito".
Formalmente anunciada, a transação fica sujeita à avaliações por parte dos órgãos reguladores antitruste e das bases acionárias das duas empresas. A conclusão da operação é esperada para o início de 2020.
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