O navio Rio Bueno movimentou 2,3 mil veículos durante toda a madrugada e a manhã desta sexta-feira (1º/6) no Porto de Paranaguá. A operação foi realizada no berço de atracação 209, que normalmente recebe navios para descarga de fertilizantes e movimentação de carga geral (como sacaria, por exemplo), mas que tem prioridade para atracação de navios de passageiros.
Com 161 metros de comprimento, o Rio Bueno é de bandeira chilena e possui 13 andares, sendo quatro localizados abaixo da linha dágua. Originário do porto baiano de Aratu, depois de Paranaguá, o navio segue sua escala para Santos, onde completará seu volume de cargas. O roteiro do navio de propriedade da armadora Mitsui O.S.K. Bulk Shipping termina no porto de Cabello, na Venezuela, onde desembarcará os veículos.
No total, 1.251 veículos foram desembarcados e outros 1.080 embarcados. "Cada turno de seis horas envolveu a mão-de-obra de mais de 40 pessoas. O navio precisou de quatro turnos para realizar a operação", contabilizou Luiz Fernando Oliveira, da Mitsui O.S.K. Bulk Shipping, empresa responsável pela operação.
A abertura lateral da embarcação também permitiu a atracação diferenciada. Um a um os veículos foram retirados dos porões do navio e perfilados na faixa do cais, antes de seguirem ao pátio de veículos.
Obsoleto
Apesar de seu tamanho chamar a atenção, o Rio Bueno será retirado de operação nos próximos meses porque tornou-se pequeno comparado aos navios construídos a partir do ano 2000. Segundo Fernando Oliveira, da Mitsui O.S.K. Bulk Shipping, todos os armadores vêm construindo navios de acordo com a demanda das exportações. "Os navios de hoje estão mais modernos e os especializados para transportes de carros, por exemplo, já têm duplo casco e a capacidade maior de veículos, chegando a acomodar mais de 6 mil carros", exemplificou.
A Mol, sigla como a empresa é conhecida, está no mercado de transportes há mais de 100 anos e sua matriz fica no Japão, com escritórios distribuídos em todo o mundo. A empresa tem oito navios operando na América do Sul, que se dividem em três linhas. "Temos um contrato com a Volkswagen e com a Renault para importação e exportação de veículos e a opção pela movimentação de veículos no Porto de Paranaguá é das próprias montadoras", explicou.