Confira alguns cuidados que o aluno deve ter na hora de escolher a empresa de educação a distância:
Visite o polo de apoio presencial onde ocorrem as atividades presenciais obrigatórias. Ele precisa ter biblioteca e laboratórios.
Procure conversar com alunos e ex-alunos do curso.
Pesquise sobre a reputação da instituição responsável, bem como sobre os coordenadores e professores do curso.
Solicite informações sobre a estrutura de apoio oferecida aos alunos (suporte técnico, apoio pedagógico e orientação acadêmica).
No caso de cursos que conferem titulação, solicite cópia ou referência do instrumento legal (credenciamento da instituição, do polo de apoio presencial e autorização do MEC ou do Conselho Estadual de Educação).
Sistema disputa espaço com curso presencial
Outro grande nicho do mercado de educação a distância é a oferta de cursos de graduação e pós-graduação. De acordo com dados da Secretaria de Educação a Distância (Seed), o número de instituições de ensino superior que oferecem a modalidade aumentou 128% nos últimos cinco anos, passando de 71 credenciadas pelo Ministério da Educação em 2005 para 162 atualmente.
Apesar da expansão, a modalidade ainda é criticada por especialistas, principalmente quanto à qualidade da formação do aluno. "Hoje, existem muitas instituições que oferecem baixa qualidade de ensino, o que pode resultar na formação deficitária do aluno. Desde que seja de boa qualidade, os ensinos presencial e a distância podem caminhar juntos", destaca Gláucia da Silva Brito, coordenadora pedagógica da Coordenação de Integração de Política de Educação a Distância (Ipead) da Universidade Federal do Paraná (UFPR). A UFPR é pioneira entre as universidades públicas quando o assunto é ensino a distância.
O reitor da Universidade Positivo, José Pio Martins, também destaca a necessidade de o modelo ser fiscalizado. "Nenhuma universidade no Brasil tem estrutura e capital para atender 200 mil alunos com educação a distância. O país já teve algumas experiências nesse modelo e não acredito que funcione."
Para o gerente de marketing corporativo do Grupo Uninter, Adriano Albano, os cursos de graduação a distância estão conquistando mercado e, em breve, devem superar, em número, os presenciais. "Futuramente, grande parte das faculdades será a distância. Esse sistema permite que pessoas de localidades onde não existem faculdades possam estudar".
Favorecido pelas dimensões continentais do Brasil, o mercado de ensino a distância está em franco crescimento no país. O principal fator responsável pela expansão é a necessidade imediata do setor corporativo em obter qualificação profissional, motivo pelo qual as empresas do segmento estão investindo em novas ferramentas para atender à crescente demanda.
De acordo com os dados mais recentes da Associação Brasileira de Ensino a Distância (ABED), o número de alunos espalhados pelo território nacional que usaram o sistema em 2009 cresceu 142% em relação ao ano anterior, saltando de 1,07 milhão para quase 2,59 milhões. Nessa mesma base de cálculo, o número de cursos amentou 59%, passando de 1.752 para 2.793.
"A tendência é que os números continuem aumentando. Cada vez mais as pessoas e instituições estão aderindo à educação a distância. Além disso, por exigência do mercado, as empresas precisam qualificar rapidamente a mão de obra. Isso está fazendo com que o crescimento seja tão forte", destaca Roberto de Fino Bentes, coordenador do polo Paraná da ABED e professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR).
Novas ferramentas
Diante do cenário positivo e do mercado consumidor potencial, as empresas de ensino a distância desenvolvem novas ferramentas. A Dtcom, líder na transmissão de treinamentos e de comunicação por satélite e internet, investe em tecnologia, estrutura e capital humano para aumentar a oferta de cursos. A empresa, que tem sede em Quatro Barras (região metropolitana de Curitiba), tem cerca de mil títulos no catálogo.
"Estamos trabalhando para oferecer mais aulas e mais ferramentas. Também vamos aprimorar a transmissão tanto por satélite como por internet. A empresa está investindo para acompanhar a demanda do mercado, que cresce ano a ano", destaca a gerente de marketing da Dtcom, Laila Sol e Silva.
O Grupo Uninter, outra força do setor, já investiu R$ 15 milhões desde 2003, quando começou sua atuação. E vai destinar mais R$ 5 milhões nos próximos anos para ampliar a oferta de cursos in company e para o lançamento de cursos preparatórios para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e o Ensino de Jovens e Adolescentes (Eja), além de novas opções de graduação e pós-graduação.
"O mercado corporativo está em grande expansão. Vamos lançar muitos cursos direcionados, além de continuar investindo em melhorias e estrutura", diz o gerente de marketing corporativo do Grupo Uninter, Adriano Albano.
Segundo a gerente de marketing da Dtcom, alguns setores em especial, como o automotivo, energia e administração pública, têm contribuído fortemente para essa expansão. "Cresceu significativamente a demanda das empresas que buscam oferecer esse benefício aos colaboradores. Elas viram que a educação corporativa é importante para o crescimento e a qualificação dos seus colaboradores."
A principal novidade da Dtcom para 2001 será incluir cursos de pós-graduação na oferta de serviços, nicho de mercado identificado através de pesquisas. A parceria com o Centro Superior de Ensino de Maringá (Cesumar), credenciado pelo Ministério da Educação, viabilizará a nova ferramenta.
"Em 2009, aplicamos uma pesquisa para avaliar o interesse em cursos de pós-graduação. Ficou constatado que 61% dos alunos estavam aptos e, neste universo, 92% fariam o curso pelo Sistema Dtcom. A plataforma flexível permite que as empresas que têm um ponto ofereçam o serviço. A empresa sempre está preocupada em customizar o serviço e atender à peculiaridade específica de cada setor", afirma Laila.
Universidade Positivo aguarda autorização
No próximo ano, o mercado de ensino a distância vai ganhar um concorrente de peso. Há mais de um ano, a Universidade Positivo (UP), de Curitiba, ingressou com o pedido de liberação para atuar nessa modalidade, e desde então aguarda a autorização do Ministério da Educação (MEC). A primeira etapa da UP nessa área será a oferta cursos de pós-graduação na área de negócios, numa espécie de "decolagem suave".
"Esses cursos são mais curtos e focados. Após testar adequadamente e adquirir experiência, queremos oferecer graduação também", diz José Pio Martins, reitor da universidade. "Entrar no campo do ensino a distância é como decolar um avião, precisa ganhar altura aos poucos", explica.
Mudança de regras
Essa é a segunda vez que a Universidade pede autorização do MEC para atuar na educação a distância. Na primeira vez, em 2007, a própria instituição decidiu retirar o pedido em razão das mudanças nas regras. "As regras para autorização da educação a distância mudam o tempo todo. Acredito que o governo vai mexer nas normas novamente. Sempre que isso ocorre, quem está com o pedido em andamento precisa se adequar. De qualquer forma, existe o interesse por parte da Universidade Positivo em oferecer o serviço", conclui Pio Martins.
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