As negociações realizadas neste domingo (13) entre os líderes dos principais partidos gregos para tentar alcançar um acordo para a formação de um governo fracassaram novamente, aumentando os temores de que a convocação de novas eleições possa levar o país à quebra e à saída da zona do euro.

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Após um dia de reuniões lideradas pelo presidente do país, Carolos Papulias, Fotis Kuvelis, líder da minoritária Esquerda Democrática (Dimar), anunciou pela noite que não havia acordo.

"O presidente me disse que tristemente até este momento não existem perspectivas de formar um governo de unidade", disse Fotis Kuvelis, líder da Esquerda Democrática, partido considerado por alguns aliado para formar uma coalizão junto a conservadores e socialistas.

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Pouco depois, a televisão estatal TV NET anunciou que as negociações continuarão na segunda-feira a partir das 16H30 GMT (13h30 de Brasília), quando Papulias voltará a receber os líderes dos três partidos majoritários nas legislativas de domingo (conservadores, esquerda radical e socialistas), junto com o líder de uma pequena formação da esquerda moderada.

Se não houver acordo de governo antes da próxima terça-feira, data na qual será constituído o novo Parlamento, serão convocadas novas eleições legislativas em junho.

Essa instabilidade política poderá levar os dois grandes credores públicos dos gregos, a União Europeia (UE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI), a congelar novos empréstimos fechados com Atenas em meio ao plano de resgate financeiro em troca de reformas.

Segundo a imprensa oficial, o Estado grego só tem dinheiro para pagar os salários dos funcionários públicos e as aposentadorias até o fim de junho.

O chefe de Estado grego já havia organizado uma reunião neste domingo com os três partidos mais votados nas eleições de domingo passado, o conservador Nova Democracia, a Esquerda Radical Syriza - contrária às medidas de austeridade - e o socialista Pasok. Ao longo da semana, cada um desses partidos fracassou ao tentar formar uma coalizão de governo viável.

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A reunião foi finalizada após uma hora e meia. "As consultas seguem", declarou o líder conservador Antonis Samaras, após esta primeira série de conversações conjuntas.

Apesar do impasse oficial, o líder da Esquerda Radical grega (Syriza), Alexis Tsipras, chegou a anunciar que três partidos alcançaram um acordo para formar um governo de coalizão por um período de dois anos, que aplicará o plano de austeridade acordado com a União Europeia (UE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI) em troca de assistência financeira.

"Ao todo, os três partidos têm 168 deputados no novo Parlamento e têm, portanto, a maioria", disse o líder do partido Syriza, referindo-se aparentemente aos conservadores da Nova Democracia, os socialistas do PASOK e o partido Esquerda Democrática.

Contudo, o pequeno partido de esquerda grego, Esquerda Democrática, classificou de "caluniosa" a declaração anterior de seu rival Esquerda Radical.

"Isto é uma vergonha (...) é uma calúnia e uma mentira", disse o partido após o encontro dos líderes dos principais partidos com o presidente Carolos Papulias.

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Nenhum dos três partidos que obtiveram os melhores resultados eleitorais conseguiu na semana passada formar um governo de coalizão. Os resultados das legislativas - com uma forte alta do Syriza e a entrada dos neonazistas no Parlamento - preocuparam seriamente a Europa.

Os partidos tradicionais, Pasok e Nova Democracia, ambos europeístas e favoráveis ao draconiano plano de austeridade imposto à Grécia, não somaram assentos suficientes para obter a maioria no Parlamento.

A maior parte dos demais partidos, incluindo a esquerda radical Syriza e seu líder Alexis Tsipras, se opõe de maneira taxativa à austeridade.

Os analistas políticos consideram que, em caso de novas eleições, o Syriza poderia desta vez ocupar o primeiro lugar.

O líder do Pasok, Evangelos Venizelos, declarou após a reunião deste domingo que não lhe restava mais que um "limitado otimismo" e que a situação seguia em um "beco sem saída".

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Samaras, por sua vez, afirmou que o Syriza se negou a apoiar a coalizão governamental, mesmo com o compromisso de "renegociar" o acordo.

"Fiz todo o esforço possível para assegurar uma cooperação universal", disse Samaras à imprensa.