Gestão
Problemas familiares devem ficar do lado de fora da empresa
João Pedro Schonarth
Os conflitos familiares não podem ser levados para dentro da empresa. Essa é uma das recomendações do professor de Gestão de Pessoas no Centro Tecnológico da Universidade Positivo (UP) e consultor de desenvolvimento organizacional, Humberto Souza. A recomendação já é prática nas lojas da família de Laurita: lá, cada filho gerencia as lojas, sem haver a intromissão de um nas finanças do outro.
Sendo da família ou não, uma das razões para acrescentar um novo membro na gestão do negócio é a avaliação do que ele poderá acrescentar à empresa. Quanto mais essa pessoa possa complementar ao negócio, menores serão os conflitos. "Deixar claro quem faz o quê ajuda a evitar conflitos, mesmo que algumas decisões sejam tomadas em conjunto", pondera Souza.
A história desses comerciantes começou em 1998, com a abertura da primeira loja de Laurita da Silva, 57 anos, em Matinhos, no litoral do Paraná. Com uma confecção de fundo de quintal e vendo a necessidade dos turistas por produtos variados a cada temporada, ela abriu uma loja "com um pouco de tudo", de grampo de cabelo a artigos para mesa e banho. "A ideia é que o cliente possa sair dali com tudo o que precisa, sem ter de ir a mais de um lugar e perder o tempo precioso das férias". De lá para cá, o negócio cresceu com a ajuda dos três filhos Paulo, Alexandre e Gabriel , que, como diz Laurita, "tomaram gosto" pela atividade. Cada um abriu uma ou mais lojas, batizadas também como "Laurita Center" em outros municípios do litoral paranaense. Em 2009 eram oito lojas nesse esquema.
Há dois anos, uma pequena confusão de registro com uma loja de Campo Largo fez o nome mudar para Lauris Center. Hoje são 13 lojas, não só no litoral, mas em cidades como Londrina, no interior do estado, e Itapoá, no litoral de Santa Catarina, com o slogan "Uma loja do Grupo Laurita da Silva" na fachada. Para quem frequenta o litoral, a tática funciona, já que o nome de Laurita é sinônimo de tudo o que se precisa para uma casa de praia.
Família
"Com o passar do tempo, o casamento dos meus filhos, decidimos deixar tudo separado no papel. Cada loja tem o seu departamento financeiro, mas usamos o mesmo nome fantasia", explica Laurita. Segundo o filho Gabriel Fernando de Holanda Guerra, as novas lojas nascem da chegada de novos sócios, mas sempre tendo um membro da família como parte do negócio. "Embora o faturamento das empresas seja separado, usamos da união para crescer, fazendo um cadastro de grupo, por exemplo, nos fornecedores, o que nos garante preços mais baixos", explica ele.
Além dos filhos, Laurita também vem expandindo as lojas que estão sob sua responsabilidade. Ela é dona da unidade de Itapoá e agora também está construindo um segundo ponto comercial, maior, de 1,1 mil metros quadrados, em Matinhos. À medida que o espaço cresce, o mix de produtos de cada loja da família acompanha.
Boa parte dos negócios surge de oportunidades, como um local que fica vago em um ponto movimentado ou alguém que os procura para montar mais uma unidade com o nome de Laurita. Mas a família também contou com ajuda profissional. "Mesmo no tempo da confecção, fiz vários cursos do Sebrae. Eles me ajudaram a tocar a empresa, formar preços, enfim."
Experiências nas lojas também rendem boas ideias. A esposa de Gabriel, Elaine Vieira do Nascimento Guerra, por exemplo, criou um nicho de acessórios femininos em uma das duas lojas de Paranaguá. "O negócio deu certo e agora estamos pensando em ter em todas as lojas um local dela para vender os acessórios", conta Gabriel.
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