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Brasília (das agências) – No Brasil, 21% das mulheres negras trabalham como empregadas domésticas e apenas 23% delas têm carteira assinada. Entre as mulheres brancas o porcentual das que estão no serviço doméstico é de apenas 12,5%, sendo que 30% têm registro na carteira. Os dados pertencem ao estudo Retrato das Desigualdades, divulgado ontem pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher (Unifem). O estudo mostra as desigualdades entre brancos e negros e ainda entre homens e mulheres.

Das seis capitais pesquisadas (São Paulo, Belo Horizonte, Distrito Federal, Porto Alegre, Recife e Salvador), o porcentual de empregadas com carteira assinada só supera 50% das mensalistas em Porto Alegre. Menos da metade das empregadas domésticas em todas essas regiões contribui para a previdência social. O porcentual médio das domésticas que contribui para o INSS é de 30%.

"Com certeza, isso faz com que elas tenham que ficar mais tempo no mercado de trabalho já que não têm garantia de aposentadoria", afirma Patrícia Costa, técnica da Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Outra dificuldade enfrentada pela doméstica é que como trabalha dentro de casa, ela sofre com jornadas de trabalho mais longas e de mais difícil fiscalização. Também por conta disso, são mais difíceis os relatos de casos de abusos.

A maior parte do contingente das domésticas nas seis capitais têm nível fundamental incompleto, o que significa menos de oito anos de estudo.

Para a técnica do Dieese, um dos principais pontos a serem atacados é o aumento da escolaridade e a formalização das empregadas domésticas. "Tem que haver um crescimento continuado que tende a diminuir as desigualdades, mas é preciso garantir acesso à escola", afirma.

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