Qual é a desse iPad? O festejado tablet da Apple foi lançado há um mês e a reportagem vem testando o modelo wi-fi de 32 gigabytes desde 17 de abril. Da data do lançamento (4 de abril) para cá, foram vendidas 1 milhão de unidades, a um preço que varia de US$ 500 a US$ 700. Dias antes de chegar a essa marca, a Apple colocou no mercado americano a versão 3G do tablet, que vem com chip da operadora AT&T. Como o iPad wi-fi, a versão 3G possui modelos com capacidade de armazenamento de 16, 32 e 64 GB.
Na última semana, a Apple também divulgou que, desde o lançamento, foram vendidos mais de 1,5 milhão de e-livros pela iBookstore só disponível nos Estados Unidos e que mais de 12 milhões de aplicativos foram baixados na App Store.
E aqui no Brasil? Será que compensa ter um aparelho desses, sem acesso aos conteúdos exclusivos de quem possui uma conta norte-americana na iTunes Store ou sem destravar o tablet para instalar aplicativos que não tenham sido aprovados pela App Store?
Selado
Sem entradas USB, sem câmera, sem teclado e com um sistema operacional unitarefa (como o do iPhone), há muito tempo um lançamento não polarizava tanto as opiniões.
O iPad é, como já disseram, um iPod Touch anabolizado. Mas a força que ele ganha com a telas de 9,7 polegadas não é nada desprezível. E, embora seja ofuscada pela luz do sol em ambientes externos, a experiência de leitura, visualização de fotos e de vídeos dentro de casa compensa. E a bateria dura a ponto de você não se preocupar com ela.
A força do iPad está no consumo de entretenimento e no acesso rápido à informação. Os aplicativos funcionam de forma ágil. E a navegação online pelo Safari é veloz, apesar da limitação da ausência de flash. Para ver e-mails sem sair da cama é ótimo, bem melhor do que um notebook.
Embora bem mais pesado do que um Kindle o tablet da Apple pesa o dobro do que o e-reader da Amazon , ler no iPad é agradável. Sobretudo quadrinhos, revistas e jornais. Mesmo a leitura de livros é boa, apesar da iluminação da tela. E, se no Brasil não dá para usar a iBookstore, é possível criar uma conta para o Kindle na Amazon e registrar seu iPad para receber os livros.
A experiência de ver filmes é bastante boa. Só que, no Brasil, sem acesso ao conteúdo da loja do iTunes, ela fica limitada. Outro problema é que, por aqui, não é possível acessar a App Store diretamente do iPad, só via iTunes, quando ele está conectado ao computador.
Embora seja possível carregar documentos e PDFs com alguns aplicativos, a experiência de escrever textos longos é cansativa e é impossível digitar com ele na vertical. Aí, vale mais o notebook. E a câmera faz falta na hora de usar um comunicador instantâneo, como o Skype.
Vivendo com o iPad por três semanas, é possível notar que existe nele um potencial revolucionário. Ele não deve ser entendido como um computador e muito menos um telefone celular. Por isso entra na sua vida por uma nova porta e ocupa um espaço próprio. Eu mesmo notei que estava começando uma relação de dependência quando, sem pensar, me peguei sempre com ele à mão em casa, no quarto, na sala e até no banheiro que é a prova dos nove quando o assunto é ler na tela.