A Neodent, fabricante de implantes dentários com sede em Curitiba que faz parte do grupo suíço Straumann, vai investir R$ 60 milhões para a ampliação da sua fábrica e construção de um novo centro de distribuição. As obras na capital paranaense devem ficar prontas até o fim deste ano e vão dobrar a capacidade de produção da empresa, hoje em seis milhões de peças. Serão criadas 120 novas vagas de emprego.
A atual fábrica que fica na Cidade Industrial de Curitiba (CIC) será ampliada em 14 mil metros quadrados na área de produção. Cerca de 30 novas máquinas vindas da Alemanha trarão maior eficiência e produtividade à empresa. As obras começaram em outubro do ano passado e serão concluídas até o fim deste ano.
Empresa tem 50% do market share brasileiro
Já o Centro de Distribuição será construído ao lado da fábrica na CIC. Ele terá seis mil metros quadrados e capacidade para movimentar mais de 10 milhões de itens em implantes dentários e componentes protéticos por ano. Toda a operação será automatizada e a inauguração está prevista para julho. A unidade vai abastecer tanto o mercado interno quando externo.
Exportação
Os investimentos vêm para dar suporte ao plano de internacionalização da indústria. Fundada em Curitiba há 23 anos pelo cirurgião-dentista Geninho Thomé, a empresa foi adquirida pelo grupo suíço Straumann em 2015 por cerca de R$ 1,2 bilhão, em um negócio feito em duas partes. A primeira foi uma participação de 49%, adquirida em 2012 por R$ 549 milhões, seguida de uma oferta de R$ 680 milhões pelos 51% restantes três anos depois.
Fundador
Fundador da Neodent, Geninho Thomé deixou a presidência do negócio em 2015, quando Matthias Schupp se tornou CEO da empresa brasileira. Thomé permanece até hoje como presidente do Conselho e presidente científico, sendo responsável por liderar a equipe de inovação.
O grupo suíço assumiu o controle da empresa curitibana com ela líder nacional do setor de implantes dentários e com um market share de mais de 40%. Mas, em termos internacionais, a sua participação ainda era irrelevante. Apenas 10% das vendas eram resultado das exportações.
A decisão de tornar Matthias Schupp - antes diretor da multinacional suíça - em CEO da empresa brasileira foi para aproveitar a expertise do grupo e transferir o conhecimento necessário à Neodent para fazer a internacionalização. “A Neodent sempre foi excelente em pesquisa e desenvolvimento. A ideia foi aproveitar o conhecimento técnico da Neodent e adequar processos e estruturas da empresa para melhorar a gestão”, afirma Schupp.
Com o novo controlador, foi traçado o plano de internacionalização. Foram abertos escritórios comerciais em vários países, incluindo Estados Unidos, México, Portugal, Espanha, Itália, Argentina e Colômbia. Neste ano, irá também para Chile, Alemanha, Canadá e Rússia e está em negociação com países da Ásia. A fábrica também passou por modernizações.
Em 2016, os primeiros resultados apareceram. A Neodent ampliou as exportações e o percentual chegou a 26,7% do faturamento da empresa. Foram 1,1 milhão de implantes dentários vendidos em todo o país e mais 400 mil unidades exportadas.
Market share
Os números ainda são pequenos diante do potencial de mercado. A Neodent tem market share de apenas 2,5% do mercado mundial, enquanto a Straumann - que trabalha com a mesma linha de produtos, só que para o público premium – é líder mundial e tem 30% de participação de mercado. São cerca de 16 milhões de implantes dentários vendidos anualmente em todo o mundo.
P&D
A Neodent sempre foi referência em pesquisa, desenvolvimento e inovação e, por aliar produtos de qualidade com preços intermediários, assumiu a liderança do mercado brasileiro de implantes dentários e se tornou a terceira maior do mundo. Na fábrica em Curitiba, que emprega 450 pessoas, 40 funcionários estão dedicados à P&D e inovação. O desenvolvimento de um novo produto leva de três a quatro anos. São sete linhas de produtos atualmente.
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
Quem são os indiciados pela Polícia Federal por tentativa de golpe de Estado
Bolsonaro indiciado, a Operação Contragolpe e o debate da anistia; ouça o podcast
Seis problemas jurídicos da operação “Contragolpe”
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast