A meta do CEO Matthias Schupp é vender metade da produção para o exterior em dez anos.| Foto: Henry Milleo/Gazeta do Povo

Após ser adquirida pela multinacional suíça Straumann, a Neodent tem planos de elevar as exportações e duplicar sua capacidade de produção nos próximos cinco a sete anos. Neste ano, a empresa especializada em implantes dentários está investindo R$ 20 milhões em sua fábrica na Cidade Industrial de Curitiba, que continuará centralizando a produção da companhia.

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O investimento vai continuar nos próximos anos. Atualmente, a fábrica tem 400 funcionários, número que também deve dobrar conforme forem instaladas novas máquinas na unidade. “Temos área para dobrar a capacidade. Vamos sempre produzir em Curitiba e vender daqui para o resto do mundo”, diz o CEO da Neodent, Matthias Schupp.

O foco da companhia no momento é aliar o crescimento sustentado no mercado interno, próximo de 10% ao ano, com uma aceleração na internacionalização. Atualmente, 10% das vendas da Neodent vão para outros países – proporção que deve crescer para 30% em cinco anos e até 50% em uma década.

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Neste ano, a empresa anunciou a abertura novas filiais no exterior, que se unem às operações já em funcionamento nos Estados Unidos, Portugal, Espanha e Itália. A unidade do México já começou a atender e até o fim do ano serão abertos os escritórios da Argentina e da Colômbia. Outro destino que entrou no radar da Neodent é o Canadá, onde também será aberta uma filial.

Neoortho

Mesmo tendo vendido a Neodent, o empresário Geninho Thomé não vai se afastar da indústria da saúde. Ele investiu em uma outra companhia, chamada de Neoortho, especializada na produção de próteses ortopédicas e que foi desmembrada da Neodent. O negócio já tem faturamento próximo de R$ 50 milhões por ano e deve passar pelo mesmo processo de crescimento rápido baseado em produtos inovadores e competitivos. A Neoortho também tem fábrica em Curitiba e já inicia sua internacionalização com uma filial nos Estados Unidos.

“Nossa aposta é a de que a Neodent vai se tornar um fornecedor internacional”, diz Schupp. Foi esse potencial que levou a Straumann a pagar cerca de R$ 1,2 bilhão pela empresa curitibana, em um negócio em duas fases. A primeira foi uma participação de 49%, adquirida em 2012 por R$ 549 milhões, seguida de uma oferta de R$ 680 milhões pelos 51% restantes em abril deste ano.

A gestão da Neodent continuará independente da controladora suíça, que tem uma linha de produtos para o mercado premium e não concorre com a fabricante curitibana, cujos produtos têm um custo mais baixo. “São linhas completamente diferentes”, diz o CEO. “Por isso achamos importante acelerar o investimento na fábrica de Curitiba para dar suporte à internacionalização dos produtos da Neodent.”

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Embora Neodent e Straumann mantenham estratégias diferentes, a aquisição também trouxe algumas sinergias. A companhia suíça tem um escritório de vendas em São Paulo com 90 pessoas e, aos poucos, as funções administrativas estão sendo absorvidas pela controlada curitibana.

Empresa abre escritório em SC

Na última semana, a Neodent anunciou a abertura de uma nova filial em Florianópolis (SC). Com um investimento de R$ 1 milhão, o escritório completa o atendimento à Região Sul, onde estão 20% das vendas da companhia. Assim, a empresa fica com uma estrutura de 16 filiais espalhadas pelo país.

Curitiba vai continuar como a sede da Neodent, com a fábrica, área administrativa e de desenvolvimento. Esse último setor será um dos vínculos da empresa com seu fundador, Geninho Thomé, que foi mantido como presidente científico e presidente do conselho (que também é formado pela outra fundadora, Clemilda Thomé).

A Neodent tem hoje 980 funcionários e faturou R$ 268 milhões no ano passado. Não é divulgada uma projeção para 2015, mas, segundo o CEO Matthias Schupp, será “de dois dígitos”.