A maior empresa de TV a cabo do país, a Net, divulgou nesta terça-feira o primeiro resultado líquido negativo após fechar vários trimestres no azul. O prejuízo de 64 milhões de reais acabou sendo gerado por um forte impacto da valorização de cerca de 20 por cento do dólar sobre o real no trimestre passado.

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Apesar de ter registrado melhora operacional, com um crescimento de 60 por cento na base de unidades geradoras de receita (TV por assinatura, telefonia e banda larga, por exemplo), a companhia não conseguiu compensar na última linha de seu balanço o efeito contábil negativo da variação cambial do período.

A operadora registrou um resultado financeiro negativo de 113,77 milhões de reais no trimestre passado, ante desempenho também negativo, mas muito menor, de 12,83 milhões de reais um ano antes.

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Esse resultado foi impactado por uma variação cambial negativa de 117,28 milhões de reais nos três meses encerrados em setembro. No mesmo período do ano passado, o saldo havia sido positivo em 13,25 milhões de reais e no segundo trimestre deste ano a conta também tinha sido positiva, em 25,8 milhões de reais.

"A companhia não realizou nenhuma operação de risco no mercado cambial e essa despesa teve efeito puramente contábil, não afetando sua posição de caixa", informa a Net no resultado divulgado ao mercado nesta terça-feira.

No final do terceiro trimestre, a empresa tinha dívida bruta total de 1,62 bilhão de reais, contra 1,18 bilhão de reais um ano antes. Do total da dívida, 42,2 por cento está em moeda estrangeira, um crescimento em relação à fatia de 23,6 por cento de um ano atrás.

A Net teve alta de 21 por cento na geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês), para 247 milhões de reais nos três meses encerrados em setembro. A margem, porém caiu de 27 para 26 por cento no período.

A base total de unidades geradoras de receita cresceu 60 por cento, para 7,362 milhões. Enquanto isso, a receita média por usuário subiu 5,6 por cento, para 135,63 reais.

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Os clientes de TV por assinatura subiram 22 por cento, para 2,923 milhões, enquanto os serviços de banda larga avançaram 60 por cento em número de assinantes e os de telefonia saltaram 208 por cento, para 1,53 milhão.