Semana passada, estreou uma nova série chamada House of Cards. Apesar dos nomes famosos envolvidos, como o diretor David Fincher, de A Rede Social, e o ator Kevin Spacey, de Beleza Americana, o que mais chama a atenção no lançamento é a mídia em que ela estreou: em nenhum canal de televisão tradicional, mas sim na locadora on-line Netflix.
Plataforma diferente, regras diferentes. Primeiramente, todos os 13 episódios de House of Cards foram colocados no site de uma só vez. Se o telespectador quiser começar a ver a série pelo 12.º episódio ou ver todos de uma vez, é ele quem escolhe. E na hora que quiser.
Depois, há uma novidade que deve agradar o espectador brasileiro. A série teve uma estreia simultânea em todo o mundo, incluindo aqui, e as legendas em português estão disponíveis desde o primeiro dia.
House of Cards não precisa nem ser uma série boa (as críticas, no entanto, têm sido em geral positivas) para entrar para a história. Na corrida da convergência entre internet e televisão, em que a fronteira fica cada vez menos definida, a série representa um marco: uma empresa de internet, que antes era intermediária, passa a produzir conteúdo original próprio.
A Netflix nasceu nos anos 90 como locadora de DVDs por correio. Evoluiu para o negócio de streaming de vídeos e se tornou um dos gigantes da internet. Um relatório de 2011 apontou que um terço do tráfego americano de streaming noturno é via Netflix (o YouTube responde por 13% e o Facebook, 2%). Agora começa uma nova etapa.
"O objetivo é se tornar a HBO mais rapidamente do que a HBO possa se transformar em nós", disse Ted Sarandos, executivo responsável pelo conteúdo da Netflix, em entrevista à revista GQ. "É uma aposta... e das altas", afirmou Kevin Spacey ao jornal The Telegraph.
A empreitada vai além de House of Cards. A Netflix prepara o lançamento de duas séries cômicas e uma de terror. O investimento previsto para esta área nos próximos três anos é de US$ 300 milhões.
Outros projetos
Enquanto isso, a gigante do varejo on-line Amazon, através de sua plataforma Amazon Studios, aposta na descoberta de novos talentos. Ela abriu em 2012 um processo de seleção de pilotos de longas-metragens e séries que já recebeu milhares de roteiros. A Amazon bancará a produção dos pilotos selecionados. Os mais votados pelo público serão concretizados. Além disso, a empresa fará uma versão seriada do filme Zombieland (2009).
O terceiro grande nome a investir em programas exclusivos de streaming é o Hulu, que pertence a Disney, Fox e NBC e teve faturamento de US$ 420 milhões em 2011. Para 2013, o site de vídeos sob demanda estreará uma série animada chamada The Awesomes e a série cômica The Wrong Mans.
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