Um diamante bruto de 1.109 quilates poderia despertar o interesse dos mais extravagantes milionários do mundo. Mas a pedra preciosa, que os especialistas calculam ter mais de 2,5 bilhões de anos, frustrou as expectativas da casa Sotheby’s, encarregada de operar o leilão do Lesedi la Rona.
Em Londres, na noite da quarta-feira (29), o maior lance pela aquisição da pedra foi equivalente a R$ 196 milhões – abaixo do mínimo estipulado de R$ 230 milhões. Um revés significativo para a mineradora Lucara Diamond Corp, proprietária da mina em que a pedra foi escavada, que não informou se vai tentar vendê-la novamente. Depois do fracasso, as ações da companhia na bolsa de Toronto tombaram 14%.
Trata-se do maior diamante bruto extraído em mais de um século, o maior a ser leiloado, de tamanho semelhante a uma bola de tênis: mede 6,6 x 5,5 x 4,2 centímetros. O diretor da divisão de joias da Sotheby’s, David Bennett, afirmou à BBC que a escavação do Lesedi la Rona era o “achado de uma vida”.
“Todos os aspectos desse leilão são sem precedentes. Ele não é apenas superlativo em tamanho e qualidade, mas nada dessa escala foi a leilão antes”, exaltou o diretor em referência ao diamante, descoberto em Botswana, na África, em novembro.
O Lesedi la Rona integra um subgrupo das pedras preciosas que respondem por apenas 2% dos diamantes encontrados no mundo. Daí a singularidade da joia: faz parte da categoria de química mais pura e famosa pela transparência ótica. O Instituto Gemológico dos Estados Unidos confirma que a cor e a translucidez da peça são característicos das gemas tipo IIA.
O Lesedi la Rona não bate todos os recordes porque perde em tamanho para o Diamante Cullinan Diamond, de 3.106 quilates, que foi partido em nove peças – uma delas, o atual maior diamante lapidado do mundo, chamado Grande Estrela da África. Extraída na África do Sul em 1905, a peça-mãe foi entregue de presente ao rei Eduardo 7º, da coroa britânica, que ainda detém as unidades.