Empresa aposta em novos produtos e jogos para inverter cenário de queda
O impacto dos novos produtos ainda será sentido no próximo balanço da Nintendo, a ser divulgado em janeiro. Para o gerente para América Latina da empresa, Bernardo Guzmán-Blanco, as novidades podem inverter o cenário de queda. "São os nossos jogos que vendem os nossos consoles, e agora temos jogos para todos os tipos de jogadores", acredita.
Além disso, se somados ao sucesso de Mario Kart 8, lançado em maio e já com mais de 3 milhões de cópias vendidas, as novidades são promissoras. No último balanço, o jogo de corrida foi um dos principais fatores para a empresa faturar US$ 1,6 bilhão entre abril e setembro de 2014.
Outro trunfo da Nintendo para os próximos meses é o console portátil Nintendo 3DS: com mais de 40 milhões de unidades vendidas, o aparelho é uma febre no Japão e nos EUA, mesmo enfrentando a rivalidade de celulares e tablets.
"Não há segredo: nós controlamos o software e o hardware do 3DS e, quando isso acontece, é mais fácil fazer bons jogos", explica Guzmán-Blanco.
Seja como for, a próxima temporada promete desafios para a Nintendo. Se, para tentar se recuperar, a empresa gastou duas de suas maiores fichas (Mario Kart 8 e Super Smash Bros.), fica a dúvida do que ela poderá fazer para voltar a ser competitiva.
"A Nintendo precisa fazer dois movimentos: tem que mostrar que sabe fazer diversão de um jeito diferente das outras e precisa ir além de conseguir apenas honrar sua tradição", diz o professor de comunicação digital da PUC-RS André Pase. Que venha o próximo "chefão".
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Em um mercado dominado por Sony e Microsoft, ainda há espaço para um terceiro jogador: a Nintendo. No entanto, enquanto PlayStation 4 e Xbox One ganham fãs com jogos de ação, robôs gigantes e futebol, a criadora de Mario, Luigi e Zelda investe em seus personagens clássicos e games divertidos para a família. "A Nintendo quer fazer as pessoas sorrirem", diz o gerente para América Latina da empresa, Bernardo Guzmán-Blanco.
Mais do que ter um console e jogos diferentes, a Nintendo busca outro perfil de jogador. "A Nintendo parece focada em seus próprios títulos, para um público que não quer jogar futebol ou dar tiros no videogame", diz Oliver Römerscheidt, analista da GfK.
Não à toa, entre os 20 jogos mais vendidos no mundo para o Wii U, 16 são produzidos pela própria companhia. Sucessos recentes como Call of Duty: Advanced Warfare, GTA V e FIFA 15 não foram lançados para o console.
Lucro distante
Ao se fechar em seu próprio mundo, o grupo japonês (que completou 125 anos em 2014) tem tido dificuldades para lucrar. Lançado em novembro de 2012 (e importado para o Brasil no ano seguinte), o Wii U tem enfrentado resistência por parte do mercado, com 7,63 milhões de unidades vendidas no mundo.
Apesar de relevante, o número fica pequeno ao lado das vendas de PS4 (14,41 milhões) e Xbox One (7,62 milhões). Para Guzmán-Blanco, os valores não se comparam. "Não olhamos para a concorrência, mas sim para o que nossos fãs querem", diz o executivo.
Mesmo assim, as baixas vendas do Wii U levaram a empresa a três anos seguidos de perdas. O dado é ainda mais dramático ao se considerar as 100 milhões de unidades vendidas pelo seu antecessor, o Wii - o quinto videogame mais vendido da história
Para o professor de comunicação digital da PUC-RS André Pase, o Wii U é inovador, mas precisa oferecer mais aos jogadores. "O Wii U tem um controle com uma tela, que pode ser usada tanto como principal como para auxiliar a partida do jogador. É muito legal, mas faltam jogos que usem isso direito", diz.
Nova fase
No mundo dos games, funciona assim: depois de falhar em um obstáculo e perder uma vida, é hora de apertar start e tentar de novo com uma estratégia diferente. Veterana, a Nintendo parece saber essa lição de cor, e tenta retomar o caminho do sucesso diversificando o que tem de melhor: personagens simbólicos e jogos divertidos.
Três lançamentos das últimas semanas exemplificam os planos da companhia. Dois novos jogos da série Pokémon (Omega Ruby e Alpha Sapphire, ambos para o console portátil Nintendo 3DS); e um da turma do encanador bigodudo Mario - o game de luta Super Smash Bros., para 3DS e Wii U.
Apesar de utilizar títulos clássicos, a empresa diz não viver de passado. "Apostar apenas no nosso legado não funciona: é preciso trazer novas experiências ao jogador", diz Guzmán-Blanco.
Já o terceiro lançamento põe a companhia em um cenário diferente: os bonecos amiibo. Baseados em seus personagens, os bonecos (lançados a US$ 13 nos EUA) servem tanto como decoração quanto para interagir com os jogos, ao serem colocados próximos do controle. "É uma categoria de mercado nova para nós", acredita Guzmán-Blanco, que não tem previsão de quando os produtos chegam ao Brasil.
Utilizada por franquias como os monstrinhos simpáticos de Skylanders (da Activision) e Disney Infinity, trata-se de uma tendência recente e lucrativa, capaz de faturar US$ 425 milhões nos EUA, nos últimos doze meses, segundo dados da NPD Group.
Para André Pase, os amiibo têm alto potencial de venda. "Pensa só em quantas pessoas foram ao McDonalds comprar bonequinhos do Mario", diz, fazendo referência à recente parceria entre a rede de fast-food e a Nintendo. "Agora, imagine que esses bonecos podem ser usados no videogame. É uma grande ideia."
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