A Nissan deve anunciar o local de instalação de uma fábrica no Brasil na semana que vem, em um investimento bilionário que poderá incluir a produção de veículos elétricos, segundo uma fonte envolvida nas negociações.
O estado do Rio de Janeiro é um dos principais destinos avaliados pela segunda maior montadora de veículos do Japão.
"Eles pretendem investir cerca de 1,5 bilhão de dólares na fábrica", informou a fonte, que pediu para não ser identificada. "Eles falaram em fabricar 220 mil carros por ano (...) Carros populares, carros elétricos, três a quatro segmentos de veículos", acrescentou.
O investimento daria mais espaço para o crescimento da marca no quarto maior mercado de veículos do mundo.
Atualmente, a Nissan divide um complexo fabril no Paraná com sua parceira francesa Renault. A Nissan produz no país a picape Frontier e os modelos da família do monovolume Livina no município de São José dos Pinhais.
O anúncio coincide com um momento em que as montadoras japonesas enfrentam um iene forte no Japão, o que reduz a competitividade de suas exportações.
Além disso, surge em meio a uma série de investimentos em novas unidades produtivas no Brasil por novos entrantes, como as chinesas JAC e Chery, e de montadoras estabelecidas há mais tempo no país como Fiat, General Motors e Toyota.
O investimento também será revelado pouco depois que o governo federal aumentou o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de veículos importados em 30 pontos percentuais, exigindo das montadoras índice de nacionalização de 65 por cento e o cumprimento de uma série de etapas produtivas no Brasil como contrapartida para evitarem a alta do tributo.
Segundo a fonte, a Nissan avaliou vários Estados para o investimento, incluindo Bahia, Paraná e São Paulo, mas o Rio de Janeiro está no topo da lista, com as cidades de Resende, Porto Real e o complexo industrial do empresário Eike Batista, que está sendo construído em São João da Barra, na lista de preferências da montadora.
Resende possui fábricas de automóveis da Peugeot e de ônibus e caminhões da Volkswagen, enquanto Porto Real abriga uma unidade da Citroen.
Em junho, a Nissan anunciou que iria construir uma fábrica no Brasil, para aliviar suas instalações no México, mas não anunciou até agora detalhes sobre os planos.
Em abril do ano passado, o presidente mundial da montadora, Carlos Ghosn, assinou com a prefeitura de São Paulo parceria para estudar oportunidades de uso de veículos elétricos na capital paulista.
De janeiro a agosto, a Nissan acumula vendas de 36.819 automóveis e comerciais leves no Brasil, ante 19.906 no mesmo período de 2010. A empresa subiu uma colocação no ranking de montadoras, para 12o lugar, passando de 0,96 para 1,65 por cento de market share, segundo a associação de concessionários Fenabrave.
Procurada no Brasil, a Nissan confirmou que vai construir uma fábrica no país com capacidade para cerca de 200 mil veículos.
A unidade faz parte do plano "Power 88", que tem como objetivo aumentar a participação de mercado mundial e a margem de lucro da companhia para oito por cento em seis anos.
A assessoria da Nissan não comentou detalhes sobre o investimento ou local da fábrica.
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