A montadora japonesa Nissan anunciou planos de fechar mais de 20 mil postos de trabalho em todo o mundo, deslocar a produção para fora do Japão e buscar ajuda dos governos do Japão, dos EUA e de outros lugares, como parte de um novo e amplo esforço para enfrentar a crise econômica. Terceira maior montadora do Japão em volume de vendas, a Nissan também está suspendendo sua meta de obter um crescimento anual de 5% na receita até 2012, objetivo que era um compromisso fundamental de seu atual plano administrativo.
O novo programa de recuperação da Nissan surgiu no momento em que a montadora revelou um prejuízo líquido de 83,2 bilhões de ienes (US$ 909,626 milhões) em seu terceiro trimestre fiscal, encerrado em 31 de dezembro. O resultado contrasta fortemente com o lucro de 132,22 bilhões de ienes no mesmo período do ano anterior. Foi o primeiro prejuízo da montadora desde que ela começou a revelar dados trimestrais, em 2003.
Para este ano fiscal, que se encerra em março, a Nissan prevê um prejuízo líquido de 265 bilhões de ienes - o primeiro resultado anual negativo desde março de 2000. É também o primeiro prejuízo desde que o brasileiro Carlos Ghosn assumiu o comando da companhia, em 2000, quanto a tirou da beira da falência. Os profundos cortes de empregos marcam um sério revés para Ghosn, que era celebrado no Japão por salvar a empresa. Nos últimos anos ele vinha sendo considerado o maior administrador industrial do mundo, creditado por ter conseguido forjar a complexa aliança entre a Nissan e a Renault.
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