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Reservatórios da Região Sul, como o da Usina Hidrelétrica de Mauá, estão operando com 48,7% da capacidade total | Divulgação
Reservatórios da Região Sul, como o da Usina Hidrelétrica de Mauá, estão operando com 48,7% da capacidade total| Foto: Divulgação

Não vai faltar luz, garante o governo

Agência Estado

O Ministério de Minas e Energia reiterou em nota divulgada ontem que o abastecimento de energia elétrica do Brasil está assegurado. De acordo com a pasta, o sistema possui equilíbrio estrutural entre oferta e demanda.

"Apesar das adversidades climáticas que o país enfrenta (...), o fornecimento de energia elétrica está assegurado em quantidade e qualidade necessárias ao adequado atendimento de todos os consumidores", diz a nota.

O ministério reafirma que o governo contrata energia adicional nos leilões de reserva para atender ao crescimento do mercado. "Esses critérios de planejamento fazem com que haja sempre um excedente de energia, o que garante um suprimento mesmo com eventuais atrasos de algumas obras de geração."

O órgão informa que o mesmo planejamento é levado em conta na área de transmissão, o que garante um nível de segurança mesmo em caso de eventuais atrasos de obras. Segundo o ministério, a capacidade instalada de geração no país atualmente é de 127 mil MW, dos quais 45 mil MW foram instalados após 2003.

A forte estiagem que atinge grande parte do país neste verão de 2014 já faz com que os reservatórios do subsistema Sudeste/Centro-Oeste estejam nos níveis mais baixos desde 2001, ano do racionamento. Dados divulgados ontem pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) mostram que o volume de água armazenado nas duas regiões no dia 9 deste mês, último dado disponível, representava só 37,6% da capacidade total, patamar considerado extremamente baixo para esta época de ano.

Além do menor nível desde 2001, os reservatórios nas duas regiões, consideradas por especialistas como a "caixa d’água" do setor elétrico por concentrarem 70% da capacidade de armazenamento do Brasil, estão em trajetória de queda. De sábado passado para domingo, o esvaziamento foi de 0,2 ponto porcentual. Já no acumulado do mês de fevereiro, a redução no armazenamento já soma 2,7 pontos porcentuais.

"Em vez de estarem enchendo, os reservatórios estão esvaziando em pleno período de chuvas", explicou o presidente da comercializadora Comerc, Cristopher Vlavianos. Para reverter a tendência de queda e, ao mesmo tempo, compensar a seca de janeiro e fevereiro, o executivo afirmou que teria que chover o dobro da média histórica em março. "Só que ninguém sabe qual será o comportamento das chuvas", ponderou.

Outras regiões

Situação menos desconfortável vive os reservatórios do Nordeste, que no domingo passado estavam com 42,8% da capacidade total. Na mesma data em 2013, o volume armazenado era de 37,1%. A região que tem o cenário mais confortável hoje é o Norte, com nível de 69,3%. No Sul, os reservatórios estão acima de 2013 (48,7% contra 39,6%), mas apresentam acelerada taxa de declínio (8,7 pontos porcentuais no acumulado deste mês).

Com a hidrelétrica de Tucuruí (PA), da Eletronorte, operando com nível de armazenamento de 82,93%, o ONS tem exportado o máximo possível de energia do Norte para o resto do país. No domingo, o volume de energia enviado do Norte para o Nordeste foi de 1,725 mil megawatts (MW) médios e para o Sudeste, de 3,044 mil MW médios. O Sudeste reenviou 2,850 mil MW médios para a Região Sul.

O cenário delicado trouxe dúvidas entre especialistas do setor elétrico sobre a capacidade do sistema em atender adequadamente a demanda do país, sentimento agravado após a falha no sistema de transmissão que deixou 6 milhões de pessoas em 13 estados sem luz na terça-feira passada.

Para administrar o curto prazo, o ONS acionou praticamente todas as térmicas do sistema, conforme indicação dos modelos computacionais, os quais já também sinalizam que hoje é mais racional economicamente racionar energia do que atender a demanda com geração.

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