Crescimento de horas trabalhadas é estimulante
O economista Paulo Mol, da Confederação Nacional da Indústria (CNI), disse que a regularidade no crescimento das horas trabalhadas na indústria melhorou as expectativas dos empresários e estimula a realização de investimentos. De acordo com a CNI, o indicador cresce há 12 meses consecutivos, o período mais longo desde 2003. As horas trabalhadas na indústria tiveram alta de 0,5% em julho ante junho. Na comparação com julho de 2007, subiram 7,2% e no acumulado do ano até julho, tiveram expansão de 6,1%.
Mol ressaltou que há uma expansão disseminada entre diversos setores da indústria, com as exceções das categorias prejudicadas pelo câmbio. O economista ponderou que os indicadores sobre a atividade industrial ainda não refletem a elevação da taxa de juros pelo Banco Central.
Novos indicadores econômicos divulgados pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) comprovam o forte crescimento da indústria em julho. O fato é considerado especialmente relevante por ocorrer sobre uma base de comparação muito alta. De acordo com a entidade, a utilização da capacidade instalada da indústria de transformação atingiu 83,5%, nível recorde desde o início da série histórica, em 2003. Em junho o nível do uso da capacidade havia sido de 83,3% e em julho do ano passado, 82,5%.
O faturamento real da indústria de transformação cresceu 0,2% em julho, na comparação com junho, e subiu 13,2% na comparação com igual mês de 2007, segundo a CNI. No acumulado do ano, o faturamento real teve expansão de 9%, em relação a igual período do ano passado. O emprego na indústria, por sua vez, subiu 0,6%. Na comparação com igual mês de 2007, o emprego subiu 4,4%, mesmo índice do acumulado do ano.
Maturação
Apesar do recorde no nível do uso da capacidade instalada, o economista da CNI Paulo Mol disse que o crescimento é moderado, diante da "expansão intensa" das horas trabalhadas e do emprego na indústria. Segundo ele, isso significa que está havendo maturação dos investimentos, ou seja, uma expansão do parque fabril.
Embora reconheça que a utilização da capacidade instalada está em nível alto, Mol considera que este indicador é um fator de estímulo para mais investimentos por parte dos empresários. "A primeira condição para investimento é o empresário perceber que precisa realizá-lo. Com a UCI (Uso da Capacidade Instalada) em 83,5%, o empresário percebe que precisa investir", disse Mol.
O economista chefe da CNI, Flavio Castello Branco, disse que, diante da dinâmica da inflação, que há sinais de que a política monetária adotada pelo Banco Central talvez não precise ser tão apertada no horizonte de longo prazo. "O objetivo do BC não é reduzir o crescimento, mas sim manter a inflação baixa", disse.
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