O emprego industrial no Paraná em junho teve o terceiro pior desempenho entre as 14 regiões avaliadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em pesquisa mensal, atrás somente do Rio Grande do Sul e da Região Nordeste. A retração aqui foi de 2,2% em relação a junho do ano passado. No primeiro semestre, o índice de ocupação ficou 3,3% menor que em igual período de 2005. E no acumulado do ano a indústria paranaense registra queda de 3,4% no índice de trabalhadores assalariados.
Dos 18 setores pesquisados pelo IBGE, nove apresentaram resultados negativos no estado. Os principais destaques foram o vestuário, com retração de 10,7%, e o da indústria madeireira, com queda de 10,8%, sempre na comparação de junho deste ano com o mesmo mês do ano anterior. "Estes setores são intensivos na utilização da mão-de-obra e vêm apresentando resultados negativos", afirma a economista da Coordenação de Indústria do IBGE Denise Cordovil.
"A variação do emprego industrial acompanha a variação na produção da indústria, com uma leve defasagem", diz a economista. As quedas registradas no Paraná são decorrentes principalmente da valorização do real que prejudicou a competitividade dos produtos do estado no mercado internacional , no caso do vestuário, e da redução no volume de matéria-prima, no caso da madeira, por conta de uma fiscalização mais rígida por órgãos ambientais, explica a economista.
Os setores que se destacaram pelo crescimento no número de pessoas ocupadas no Paraná foram o de alimentos e bebidas (2,9%) e o de produtos de metal (7,1%) em junho.
Brasil
Na média nacional, o emprego industrial ficou estagnado em junho, enquanto o rendimento dos trabalhadores do setor prossegue em alta. O número de ocupados caiu 0,1% em junho em relação a maio e recuou o mesmo porcentual na comparação com igual mês de 2005. Os dados da ocupação são negativos e incluem mau desempenho no primeiro semestre (-0,5%) e nos últimos 12 meses (-0,3%).
Para o economista André Macedo, também do IBGE, o quadro do emprego industrial em junho é de estabilidade, acompanhando o que vem ocorrendo na produção. Segundo ele, para números mais fortes na ocupação industrial, será preciso maior vigor na reação da atividade do setor. Marcelo de Ávila, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), também acredita que só um ritmo mais forte de produção pode garantir um aumento da ocupação. "Por enquanto os funcionários estão dando conta do recado", disse ele, para quem os empresários estão "postergando" contratar enquanto não têm certeza do equilíbrio do nível dos estoques.
A melhor notícia do mercado de trabalho industrial em junho, segundo os dados do IBGE, está no rendimento. O valor da folha de pagamento real dos trabalhadores da indústria cresceu 0,2% em junho na comparação com maio e apresentou resultados positivos também nos indicadores comparativos a iguais períodos do ano anterior: 1,4% em relação a junho de 2005; 0,4% no acumulado no primeiro semestre e 1,6% no acumulado nos últimos 12 meses.
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