No primeiro semestre deste ano foram criadas 69.907 vagas formais de emprego no Paraná. Isso significa um acréscimo de 3,95% no número total de pessoas com carteira assinada desde o início do ano. Apesar de ficar abaixo do crescimento registrado no mesmo período do ano passado (foram 74 mil vagas no primeiro semestre de 2005), o número foi considerado bom pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese). É o terceiro maior saldo desde 1992, quando a pesquisa começou a ser feita.
O resultado do semestre foi na contramão de uma tendência iniciada em julho de 2005, de crescimento maior na Região Metropolitana de Curitiba (RMC). Nos últimos 12 meses, a capital ultrapassou o interior na geração de novas vagas, com alta de 4,71%, contra 3,25%. Já nos últimos seis meses, a expansão no interior foi de 4,5%, ante 3% na RMC.
Na capital, o segmento de hospedagem e alimentação foi o que mais cresceu no semestre, com 5.774 novas vagas. No geral, a indústria de transformação foi a que teve o maior destaque de janeiro a junho. A indústria de alimentos, bebidas e álcool gerou 17 mil empregos. Também se destacaram as empresas do segmento têxtil e do vestuário, 1.673 vagas, e a metalurgia, 1.459 empregos.
No setor de serviços destacam-se os mais básicos, como de vigilância e limpeza. Segue o trabalho em hotéis e restaurantes, transporte, comunicação e ensino. O comércio varejista registrou 5.336 novas pessoas, e o atacadista, 1.552. A agropecuária gerou 9,6 mil empregos e a construção civil, 5 mil.
Momento
No mês de junho, o número de vagas cresceu pouco, 0,25%. O saldo de 4,6 mil pessoas contratadas é pequeno para esse período do ano. "É entre abril e junho que o estado mais gera emprego, por ser época de colheita agrícola e produção nas indústrias ligadas à agroindústria", diz o economista do Dieese, Cid Cordeiro.
Mesmo com a crise do campo, motivada pela queda dos preços agrícolas e do dólar, o interior do estado gerou 3.417 novas vagas em junho, ante 1.192 na RMC. O destaque foi o setor de alimentos e bebidas, que empregou 1.701 pessoas, sendo 1.640 no interior.
A evolução deve continuar no mês de julho, especialmente para os segmentos que não dependem diretamente da exportação. É o caso da distribuidora de bebidas Adega Brasil, de Maringá, que aumentou em 5% o quadro de pessoal no mês passado. "O inverno é o período de maior consumo de nossos produtos", explica o diretor, Guilherme Fávero. Já na Cocamar, cooperativa agrícola da região de Maringá que sofre com o baixo valor do dólar, os investimentos estão parados.
O número de trabalhadores com carteira assinada no estado é de 1,8 milhão pessoas, de acordo com o Dieese. A taxa de desemprego calculada para a RMC é de 13,7%, cerca de 201 mil pessoas.
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