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Os empresários do comércio se mostraram menos otimistas com os próximos meses e avaliaram de forma negativa o nível de estoques, o que derrubou a confiança do setor em outubro. O índice recuou 1,6% na comparação com setembro, na série com ajuste sazonal, informou ontem, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

O resultado, de acordo com a entidade, afasta a percepção de retomada no nível de atividade do comércio, pelo menos no curto prazo, e consolida o ano de 2014 como o pior em termos de confiança desde que a pesquisa foi criada, em 2011. Em relação a outubro de 2013, o índice cedeu 11,1%.

"A confiança dos empresários do comércio é bastante sensível ao desempenho das vendas, e 2014 deverá registrar o menor crescimento de vendas dos últimos 11 anos", afirmou o economista da CNC Fabio Bentes, que prevê aumento de 3,5% no volume de vendas do varejo restrito (sem veículos e material de construção), com viés de baixa. Segundo a CNC, as variáveis emprego, renda e crédito, que têm relação direta com as vendas do comércio, ainda não mostraram recuperação. Como resultado, o indicador de expectativas recuou 2,6% em outubro ante setembro.

Entre os investimentos do setor, destaca-se a menor intenção de aquisição de estoques e menor contratação de mão de obra. Já as condições atuais da economia brasileira indicam que o início de 2015 será de vendas fracas no comércio, dando sequência ao desempenho observado ao longo deste ano, afirmou Bentes. Segundo a pesquisa, 71,8% dos empresários avaliam que a situação econômica está pior do que há um ano.

"[O ano de 2015] será muito mais parecido com 2014, um ano de crescimento fraco. Com as condições atuais, não tem muito como recuperar", disse o economista, citando ainda a alta na taxa básica de juros, a Selic, para 11,25%, na última quarta-feira.

Segundo Bentes, uma inflação mais baixa seria determinante para a recuperação do comércio, seguida posteriormente por uma redução nas taxas de juros. "Sabemos que a inflação vai ceder, mas o comércio vai pagar um pouco desse preço. Haverá uma desaceleração no consumo de bens, pois os serviços são mais resistentes à Selic", ressaltou.

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