As chuvas dos últimos dias foram muito bem-vindas, mas não melhoraram muito a situação dos principais reservatórios brasileiros. Eles continuam nos piores níveis desde 2001, o ano do racionamento. E as projeções do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) para as próximas semanas não animam.
A programação mensal do órgão parte da premissa de que os lagos das hidrelétricas do subsistema Sudeste/Centro-Oeste, o mais importante do país, não chegarão a 40% de sua capacidade até o início de abril. É pouco. Na mesma época do ano passado, os gráficos marcavam 55%. Em 2012, quase 80%.
Na última quarta-feira, os reservatórios dessas regiões ocupavam 34,7% do volume máximo, 0,2 ponto porcentual abaixo do registrado uma semana antes. O ONS espera que, ao longo deste mês, as vazões dos rios sejam equivalentes a 67% da média histórica, o que faria os lagos subirem para 38,3% de sua capacidade até o próximo dia 4.
No Sul do país, os lagos subiram de 37,1% para 39,2% do total entre 26 de fevereiro e 5 de março. Para o ONS, as chuvas serão mais generosas neste mês na região, provocando vazões correspondentes a 87% da média histórica. Ainda assim, o nível dos reservatórios chegará ao início do mês que vem em apenas 38,7% da capacidade.
O cenário do subsistema Nordeste, o segundo maior do país, não é muito melhor. Os reservatórios, que estavam em 42,2% do volume máximo na quarta-feira, devem começar abril em 45%, avalia o ONS. Confortável, só a situação do Norte, onde os lagos estão em mais de 80% e as vazões das próximas semanas devem superar a média histórica.