O número de agências bancárias fechadas em Curitiba e região em razão da greve dos trabalhadores subiu para 256 nesta quarta-feira (30), o que representa 57,6% das 444 unidades existentes, de acordo com levantamento balanço feito pelo sindicato dos bancários. No sétimo dia de paralisação, 12,8 mil trabalhadores estariam de braços cruzados na região da capital.

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De acordo com o diretor de finanças do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região, Antônio Luiz Fermino, a greve pode ser encerrada ainda na quinta-feira (1º), para quando está marcada uma reunião do comando nacional de greve com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban). Na capital paranaense, uma assembleia será realizada a partir das 17 horas para definir os rumos da paralisação.

A reunião entre as duas partes foi marcada na terça-feira (29), depois que os grevistas encaminharam à entidade patronal um documento em que relacionaram as principais reivindicações da categoria. Em nota, a Fenaban afirma que agendou a audiência "com o objetivo de retomar as negociações com as representações dos bancários". Segundo dados da entidade, como nos outros dias, além das agências, dez centros administrativos estão fechados em Curitiba e região, e as instituições mais afetadas são Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, Itaú, Unibanco, Santander e Banco Real. Os bairros da capital em que há o maior número de agências fechadas seriam Juvevê, Portão, Centro Cívico, Hauer, Bacacheri, Mercês, Alto da XV, Água Verde e Batel. Já na região metropolitana, os municípios mais prejudicados são São José dos Pinhais, Pinhais, Araucária, Campo Largo, Colombo e Piraquara, de acordo com os trabalhadores.

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Justiça suspende liminares

Na terça-feira, o Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região obteve uma decisão no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) que derrubou um interdito proibitório do Itaú Unibanco, concedido na sexta-feira (22). Desta forma, segundo a entidade, trabalhadores das agências da empresa voltaram a cruzar os braços logo no início do expediente.

Em Apucarana, no Norte do Paraná, a Justiça do Trabalho também suspendeu uma liminar de interdito proibitório, esta obtida pelo Bradesco, permitindo assim que os trabalhadores do banco entrassem em greve. Até então, a agência era a única da cidade que continuava funcionando plenamente – os funcionários eram mantidos no trabalho por conta da liminar obtida pelo banco, que alegava riscos ao seu patrimônio. Em seu despacho, o juiz Daniel José de Almeida Pereira argumentou que "não se deve utilizar o interdito proibitório com intuito de barrar o direito à greve".

Em Curitiba, outras decisões judiciais permitem o funcionamento de agências do HSBC e do Bradesco.

Reivindicações

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Os trabalhadores pedem reajuste salarial de 10%, participação nos lucros e resultados (PLR) de R$ 3.850 e mais três vezes o valor do salário, auxílio refeição de R$ 19,25, cesta-alimentação, auxílio creche e uma garantia da manutenção dos empregos.

Na última proposta apresentada, a Fenaban, entidade patronal, ofereceu 4,5% de reajuste, cesta-alimentação no valor de R$ 285,21, auxílio creche de R$ 205, e uma PLR dividida em duas parcelas. A primeira seria equivalente a um salário e meio na faixa de até R$ 10 mil, mais 4% do lucro líquido de 2009. A outra seria de 1,5% do lucro líquido, distribuído, igualmente, entre os empregados, até R$ 1.500. Não houve menção à garantia de empregos.