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Mercado de luxo

No Brasil, até grifes dão um jeitinho

Alain dos Santos, da Montblanc: lucro fica menor no Brasil | Jonathan Campos/ Gazeta do Povo
Alain dos Santos, da Montblanc: lucro fica menor no Brasil (Foto: Jonathan Campos/ Gazeta do Povo)
Cecilia Dale tinha clientes curitibanos antes de abrir sua loja aqui |

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Cecilia Dale tinha clientes curitibanos antes de abrir sua loja aqui

Apesar do movimento de expansão das grifes internacionais Brasil afora, o mercado de luxo brasileiro ainda é um grande desafio para a maioria das grandes marcas. Aqui, elas foram obrigadas a aderir ao parcelamento e tiveram de aprender a lidar com a alta carga tributária, reduzindo a margem para tornar os preços mais competitivos. "Em nenhum outro lugar do mundo o mercado de luxo trabalha com compras parceladas. Essa prática só existe aqui", garante Alain dos Santos, diretor da Montblanc para o Brasil. Na americana Tiffany & Co. o parcelamento só foi autorizado pela matriz dez anos após a chegada da marca ao Brasil, em 2001. "Os clientes podem até ter dinheiro para comprar à vista, mas a cultura do parcelamento é muito forte aqui. Hoje, parcelamos em até 10 vezes", conta Luciana Marsicano, diretora geral da Tiffany & Co. no Brasil. Curitiba é a quarta capital a receber uma loja da Tiffany, que está presente em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília.

Tributos

"Ninguém consegue repassar 100% dos custos, senão inviabiliza a operação e a expansão da marca. Nós acabamos absorvendo parte dos custos para chegar a um preço competitivo para o mercado brasileiro", diz Luciana. Para Santos, o grande desafio é fazer com que o brasileiro compre os produtos da Montblanc aqui, e não no exterior. "É por isso que tentamos trabalhar com preços equivalentes aos praticados no resto o mundo, apesar da quantidade de tributos. As marcas que chegaram primeiro sabem o quanto esse esforço é importante", diz ele.

Famosa pelas canetas de alta qualidade, a alemã Montblanc acaba de inaugurar a sua terceira loja em Curitiba, graças a uma parceria com o Grupo Bergerson, que é dono das três unidades da marca na capital paranaense. É assim, por meio de parceiros locais, que a Montblanc vem expandindo a sua atuação no Brasil. Hoje, a marca possui oito lojas em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Curitiba. Segundo Santos, a capital paranaense é hoje a praça mais importante para a Montblanc depois de São Paulo e Rio.

Apesar dos tributos que encarecem os produtos em relação aos outros países, das compras parceladas e de terem de diminuir a margem para trabalhar com preços mais competitivos, as grandes marcas sabem que o mercado de luxo brasileiro tem potencial, afirma Murilo Jovtei, diretor da Go4! Consultoria de Negócios. Na América Latina, o principal mercado de luxo é o mexicano, que tem praticamente o dobro do potencial brasileiro.

Endereço certo - Marcas inéditas tinham clientela curitibana em outras praças

A vontade de experimentar outras regiões e um mailing com 15 mil clientes de Curitiba e região foram as principais motivações que levaram a empresária paulista Cecilia Dale a abrir sua primeira loja do estado de São Paulo. A loja Cecilia Dale, que leva o mesmo nome da dona, é uma das 54 operações inéditas que estrearam na capital paranaense. Segundo Cecília, muitos clientes de Curitiba já compravam os seus produtos quando iam a São Paulo ou pelo e-commerce da loja. "Embora seja uma experiência nova, não estamos começando do zero. Conheço o perfil do curitibano, que é um apaixonado pela sua casa e gosta de tudo impecável".

A franquia de lingeries LIZ também está estreando em Curitiba pelas mãos de uma curitibana que já era cliente da marca em outras cidades há 20 anos. "Queria um produto que fosse autovendável", diz Alison Mazza Lubascher.

Apesar de ser uma unidade do Grupo Boticário, a multimarcas The Beauty Box também abriu sua primeira loja em Curitiba, no Pátio Batel, depois de iniciar a operação por São Paulo. Segundo o diretor de marketing da marca, Breno Salek, a expectativa é fechar o ano com 17 lojas.

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