O iPhone, telefone celular multimídia da Apple, fez com que os norte-americanos formassem fila em frente às lojas três dias antes de seu lançamento, realizado às 18h (horário local; 19h no horário de Brasília) desta sexta-feira (29). Assim que chegar às lojas, o produto só estará disponível para os clientes da operadora de telefonia AT&T. Ou seja: nada de ligações no Brasil. Se um brasileiro de passagem por Nova York comprar o aparelho, não trará para casa um telefone multimídia, mas sim um iPod com câmera digital de 2 megapixels.
Ainda assim, essa experiência incompleta no uso do equipamento pode ser mais bem-sucedida do que outra alternativa da Apple que desembarcou por aqui. O Rokr, celular lançado em 2005 em parceria com a Motorola, foi um fracasso de vendas - os brasileiros não podiam comprar música na loja virtual iTunes, seu principal chamariz, e o telefone tinha capacidade para apenas cem arquivos de música.
Quem já sonha com o aparelho por aqui deve ter paciência. Seu pleno funcionamento no Brasil depende da aprovação da Anatel e de acordos com as operadoras telefônicas.
Em entrevista ao G1 logo depois do anúncio do iPhone, no início do ano, a Oi, do Grupo Telemar, se mostrou otimista. A companhia afirmou ter grande interesse no produto e acredita que ele poderá realizar todas as suas funções que envolvem a operadora, como telefonemas, envio de torpedos e acesso à internet, sem qualquer problema. Apesar do otimismo, é improvável que tudo isso esteja disponível ainda nos próximos meses.
Para adquirir o modelo nos Estados Unidos, o consumidor tem obrigatoriamente de assinar um plano mensal da AT&T. Somente com essa aquisição o aparelho é habilitado para exercer suas funções de telefone, câmera e tocador. A obrigatoriedade deste pacote funciona como mais um obstáculo para os brasileiros: apenas com a assinatura de um plano nos EUA será possível trazer para o Brasil um equipamento capaz de tocar músicas. Vale a pena?
Preço
Daniel Guedes, coordenador da Área de Desenvolvimento em Redes e Infra-estrutura de Tecnologia da Informação do Senac, acredita que - quando e se chegar oficialmente por aqui - o aparelho deve demorar para se popularizar. "O mercado brasileiro é diferente do americano. Além disso, o iPhone chegará muito caro ao país. É claro que o design da empresa é um fator que chama os usuários, mas é preciso ver que já existem no mercado local aparelhos com funções semelhantes por um preço mais acessível", conta.
Nos EUA, a novidade custará US$ 499 (versão de 4 GB) e US$ 599 (8 GB). Segundo Guedes, quando chegar ao Brasil, o iPhone só poderá ser comprado por um público de renda muito alta, o que restringe sua expansão. "É preciso um acordo da Apple com as operadoras de telefonia brasileiras, para subsidiar o seu preço. Assim, o acesso será mais fácil e sua compra, menos onerosa", sugere.
O iPhone mede 6,1 cm x 11,4 cm x 1,3 cm, pesa cerca de 140 gramas e tem tela de 3,5 polegadas sensível ao toque, um de seus principais chamarizes. Sua bateria tem duração de até oito horas para chamadas de voz, seis horas para uso de internet, sete horas para exibição de vídeos e 24 horas para música. O aparelho também tem sistema Bluetooth, para comunicação com acessórios sem fio, e, nos EUA, permite acesso à internet através de tecnologia Wi-Fi.
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast
Deixe sua opinião