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Ameaça virtual

No Brasil, um terço de PCs com antivírus está infectado, diz pesquisa

 | Sossella
(Foto: Sossella)

Parece óbvio e até repetitivo dizer que os usuários de computadores com acesso à internet precisam tomar cuidados com armadilhas virtuais, criminosos digitais e programas maliciosos (worms) capazes de se infiltrar em mensagens eletrônicas. Neste ponto a maioria das pessoas respira aliviada, e diz: "mas eu já tenho antivírus instalado". Pois engana-se quem pensa que ter antivírus e antispyware instalados no computador é suficiente: a consultoria Panda Security constatou que pelo menos 31,74% dos computadores de brasileiros, classificados como "protegidos", estão infectados com algum tipo de ameaça digital - no caso dos usuários desprotegidos, o número de infectados passa dos 44%.

E esta falsa sensação de conforto e de segurança de quem tem antivírus ou antispyware instalado que, segundo Ricardo Bachert, presidente da Panda Security, pode se transformar em uma das principais ameaças aos usuários de internet, especialmente porque a maioria das pessoas não segue a regra mais básica de todas: solicitar e acompanhar as atualizações destes programas. Nenhuma solução tecnológica é suficiente para proteger um computador quando não há um comprometimento do dono do equipamento com o monitoramento constante, alerta o especialista.

- A internet é uma fonte inesgotável de receita para quem é especialista em roubos de dados. Se alguém entra na sua máquina com a ajuda de um arquivo malicioso anexado ao e-mail e copia seus dados, senhas de banco ou de cartões de crédito, é porque já existe um mercado que compra estes dados, assim como existe quem compre de hackers um número 'X' de computadores controlados à distância - relata.

Bachert afirma que os ataques e roubos de dados acontecem, em grande maioria, sem que os usuários percebam. Pior: na maior parte dos ataques o computador do internauta fica mais ágil e mais leve em performance, justamente para que o usuário não perceba que há algo de errado com a máquina. Portanto, abrir um arquivo anexado ao e-mail, clicar em um link enviado por um amigo do instant messenger ou navegar em sites nada idôneos são algumas das atitudes mais comuns e de altíssimo risco, destaca o especialista. A responsabilidade do usuário sobre sua própria segurança online aumenta quando são reveladas limitações técnicas dos softwares antivírus e antispywares: o cérebro destes sistemas (chamado de "biblioteca") só consegue guardar entre um e dois milhões de malwares (vírus, spams, trojans etc) previamente detectados por laboratórios dos fabricantes, enquanto novas ameaças são criadas a toda hora. As atualizações dos softwares e sistemas operacionais são formas que os fabricantes têm de acompanhar a criação de novas ameaças e de produzir "vacinas" contra elas.

- O antivírus e o antispyware possuem defesas, assinaturas que identificam se o que está chegando no computador é um vírus ou um programa malicioso. Em uma segunda camada de proteção, estes aplicativos tentam bloquear a entrada de arquivos que se comportam de maneira suspeita. Mas os fabricantes precisam da ajuda do usuário para atualizar esta biblioteca de assinaturas, e para aplicar soluções mais inteligentes que olham "debaixo do tapete, no canto do armário" para ver se algo não passou pelo sistema de proteção - destacou.

Diante desta realidade, é fundamental que o internauta tenha o hábito de atualizar diariamente o antivírus, antispyware e o sistema operacional que ele usa, já que a base de ameaças aumenta na velocidade da luz, destaca o consultor Cleberton Bruno, gerente de operações da Kraft Consulting, especializada em segurança e sistemas integrados de informação.

- Manter um software e um sistema operacional original é a regra básica para que tudo isso aconteça tranqüilamente, porque o software pirata não pode ser atualizado com bloqueios a novas ameaças. E não pode sair por aí clicando em tudo. Navegar na internet é como andar na rua de madrugada. Tem que saber a hora de sair e em que tipo de lugar dá para andar. O engraçado é que as pessoas têm medo de andar na rua à noite, não andam sozinhas e não ficam muito tempo em sinais fechados. Já na internet saem clicando em tudo, entrando em sites que não conhecem, abrindo qualquer arquivo. Não pode ser assim - compara o consultor.

E-mail, sites e Orkut: ameaças constantes

Os disfarces das ameaças dificultam mesmo a vida dos usuários de computador. O cavalo-de-tróia ou trojan, por exemplo, é uma das ameaças mais comuns e faz exatamente o que conta a História: o programa malicioso entra no computador do usuário disfarçado de arquivo seguro para abrir suas defesas e roubar dados - seja para reenviá-los a alguém, seja para transformar sua máquina em um robô que ajudará a disparar novos ataques. Segundo Ricardo Bachert, da Panda Security, o e-mail ainda é um dos principais veículos de distribuição destas malwares (ameaças virtuais que abrangem vírus, trojans, spams etc).

- Não abrir arquivos anexados em mensagens enviadas por desconhecidos já reduz em mais de 80% os riscos. Esse é o índice de lixo eletrônico que circula diariamente pela internet. É bom desconfiar até mesmo dos anexos vindos de pessoas conhecidas. Se for uma foto ou uma oferta imperdível, daquelas que não dá para acreditar, continue sem acreditar e não clique, porque certamente não será coisa boa - alertou Ricardo Bachert, da Panda Security.

Já na opinião do consultor Cleberton Bruno, da Kraft Consulting, o Orkut se fortalece como um canal livre para a disseminação, em especial por causa dos novos recursos que permitem que usuários mal intencionados publiquem recados com mensagens animadas capazes de carregar pragas virtuais ou de conduzir o usuário a um site infectado.

- O usuário recebe um recado animado que pode levá-lo a páginas externas ao Orkut. O usuário pode inocentemente clicar em um recado que pensa ser de um amigo e ser transferido para um site que vai instalar um software malicioso em sua máquina. Como o Orkut está diretamente ligado a quem usa internet no Brasil, eu diria que hoje ele é a maior ameaça. O e-mail, em minha opinião, vem em segundo lugar.

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