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No frio, roupas pressionam inflação em Curitiba

Consumidora olha vitrine em Curitiba: apesar dos bons indicadores, alguns lojistas reclamam do movimento | Daniel Castelano/ Gazeta do Povo
Consumidora olha vitrine em Curitiba: apesar dos bons indicadores, alguns lojistas reclamam do movimento (Foto: Daniel Castelano/ Gazeta do Povo)
Confira a variação mensal do preço do vestuário em Curitiba |

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Confira a variação mensal do preço do vestuário em Curitiba

O comércio de casacos, botas e outras peças de vestuário para dias frios pressionou o custo de vida das últimas semanas em Curitiba. A prévia de maio para a inflação da capital, calculada pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), mostra variação mensal de 3,2%, enquanto o índice médio mostra deflação em -0,46%. Apesar dos preços mais altos, que são percebidos desde março, o consumidor parece não se intimidar: a Federação do Comércio do Paraná (Fecomércio) detectou aumento de 22% no faturamento mensal do varejo de vestuário do estado.O segmento do vestuário, de acordo com a pesquisa do Ipardes, foi responsável por quase metade do índice geral de inflação na capital paranaense. As maiores pressões no período vieram de peças femininas, como blusa (11,1%), agasalho (16,5%), calça comprida (6,2%) e sapato (4,6%). A pesquisa abrange famílias com rendimentos de um a 40 salários mínimos (R$ 510 a R$ 20,4 mil).

A coordenadora do levantamento do Ipardes, Maria Luiza de Castro Veloso, lembra que as oscilações nesta época do ano são normais para o setor, porém em 2010 deve haver aumento frente ao mesmo período do ano passado. "O mercado interno está mais aquecido, o consumidor está efetivamente com maior poder de compra. Isso dá condições para os lojistas elevarem a sua margem", diz.

Boas vendas

A pressão nos preços, no entanto, não afasta os clientes. A Fecomércio mostra que, no acumulado do quadrimestre, o volume de vendas ficou 15,5% maior do que o mesmo período de 2009. De acordo com o analista de pesquisas da federação Ariel Alves de Lara, as vendas de inverno podem ter sido antecipadas em função das frentes frias que chegaram já em meados de abril. "Este fenômeno pode diluir o comércio até o pico de junho", avalia.

Entre varejistas de vestuário, há um sentimento de que as vendas ainda não emplacaram. Muitas lojas e redes realizaram investimentos 20% superiores à mesma estação do ano passado, e algumas ainda estão aguardando clientes. "O ‘feeling’ na nossa rede é que o inverno ainda não chegou, as vendas ainda não aconteceram no ritmo que esperávamos", diz a empresária da grife Jorge Bischoff em Curitiba, Andréa Rossetti. A expectativa é que, com a nova investida do frio, consigam desovar as peças excedentes adquiridas para a estação.

Na franquia da marca Triton, a proprietária de loja Aline Fajardo diz que o movimento em geral está entre 5% e 7% superior ao ano passado, mas também inferior aos 15% que foram planejados para a estação. Ela garante que os preços da grife não estão mais caros – pelo contrário, ficaram mais acessíveis devido à estratégia de diversificar a produção das malharias que atendem a marca, explica. "Com o preço médio menor, aumentaram nossas metas de venda por cliente. Mas acho que temos tempo hábil para isso, ainda falta mais de um mês para começar qualquer tipo de liquidação", conta.

Esvaziamento

Mesmo com o excesso de estoque, o professor de Economia da Universidade Positivo Wilhelm Meiner diz que a conjuntura atual aponta para esvaziamento das prateleiras. "Ainda que haja atualização de preços decorrente da troca de coleções das vitrines, as lojas estão otimistas com o aumento da demanda dos bens de consumo. O vestuário está diretamente ligado ao maior poder aquisitivo. Quem deixou de comprar casaco no ano passado, por causa de renda apertada ou insegurança no mercado de trabalho, vai comprar este ano", avalia. "Acredito que no fim do inverno não haverá muita coisa nas prateleiras, os preços só vão cair mesmo quando o calor chegar de volta", completa.* * * * *

Interatividade

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