A Europa vai levar à cúpula do G-20 (grupo que reúne as 20 maiores economias do mundo), em Toronto, neste fim de semana, uma mensagem clara: a prioridade é a reorganização das finanças públicas, e não as medidas de relançamento da economia. Ministros de Finanças da União Europeia defenderam ontem os planos de austeridade implementados pelos principais países do bloco, como Alemanha, França, Reino Unido, Itália e Espanha.
Segundo a ministra de Finanças da França, Christine Lagarde, o retorno ao equilíbrio é "um imperativo" inegociável para o bloco depois da onda especulativa na Grécia, em Portugal e na Espanha. A posição é uma resposta antecipada aos Estados Unidos, que têm aumentado a pressão pela manutenção dos medidas de estímulo à atividade econômica na Europa. O Brasil está alinhado com a posição americana. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva viaja hoje para Toronto, onde pretende cobrar dos governantes compromissos com a retomada do crescimento da economia.
Em artigo publicado no jornal The Wall Street Journal na quarta-feira, o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Timothy Geithner, e o conselheiro econômico da Casa Branca, Lawrence Summers, enviaram o recado aos europeus.
"Devemos mostrar nosso engajamento com a redução dos déficits em longo prazo, mas não ao preço do crescimento em curto prazo", afirmaram. "Sem crescimento agora, os déficits vão crescer e destruir o crescimento futuro."
As críticas pesam mais sobre a Alemanha e o Reino Unido, cujos planos de austeridade representarão cortes de gastos de 85 bilhões de euros e 104 bilhões de euros, respectivamente. Para rebatê-las, Christine Lagarde e George Osborne, ministros de Finanças da França e do Reino Unido, reiteraram a prioridade de seus países. "Os déficits públicos europeus escondem outros, tão importantes quanto, de outros países do mundo", criticou a ministra francesa.
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