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Veículos

No ritmo do agronegócio

"Devemos ter um dos piores mercados de colheitadeiras dos últimos 20 anos", diz Milton Rego, diretor de comunicações da Case New Holland (CNH) para a América Latina. O comentário ilustra bem a situação da empresa, que tem na Cidade Industrial de Curitiba (CIC) uma fábrica de máquinas agrícolas , desde o ano passado fortemente afetada pela descapitalização dos produtores rurais brasileiros.

Em 2005, a empresa produziu 7,7 mil tratores e colheitadeiras, pouco mais da metade das 15,1 mil unidades do ano anterior. Se mantido o ritmo atual no segundo semestre, deve fechar 2006 com produção de 7,6 mil máquinas. Assim como as concorrentes, a CNH teve que apelar para demissões – foram 376 em 2005 e outras 48 neste ano, segundo o sindicato da categoria – e férias coletivas. No próximo dia 7, 300 dos 1,2 mil funcionários da unidade paranaense voltam ao trabalho, após dois meses parados. O problema não é só a crise no campo. O dólar baixo também minou a competitividade da empresa no exterior, e as exportações caíram 8% no primeiro semestre, para US$ 77,8 milhões.

A Volvo, que emprega 1,9 mil pessoas na CIC, sofre de mal parecido. No primeiro semestre, até exportou mais – US$ 164,8 milhões, com aumento de 4,4% sobre os primeiros seis meses de 2005, graças a grandes contratos para a venda de ônibus firmados anteriormente. Mas as vendas no mercado interno recuaram 11,2%.

A situação pode ser explicada em parte pela queda da demanda pelo transporte de grãos, mas também por uma questão de mercado. Recentemente, a Mercedes-Benz renovou sua linha de caminhões pesados e abocanhou parte da fatia de mercado de Volvo e Scania. No entanto, a empresa pode se considerar uma privilegiada entre as fabricantes do pólo automotivo do Paraná. Seus números estão mais estáveis que os das outras indústrias do estado. "Como a montadora atende só o transporte de grãos, ela pode ser beneficiada pelo bom desempenho de outros setores da economia. Mas as apostas ficam para o ano que vem, dependendo de quem for eleito e de seu programa de governo", avalia uma fonte do setor.

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