No primeiro semestre deste ano, 84,4% de 353 acordos salariais obtiveram reajustes superiores à inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A informação faz parte do Balanço das Negociações dos Reajustes Salariais do Primeiro Semestre de 2011, divulgado hoje pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). O resultado é o segundo melhor da série histórica do estudo - iniciada em 2008 -, perdendo apenas para o primeiro semestre de 2010, quando os acordos com ganho real somaram 86,7%.

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O levantamento do Dieese mostra que, no primeiro semestre deste ano, 8,8% das negociações resultaram na reposição integral do INPC e 6,8% ficaram abaixo da inflação acumulada em 12 antes da data-base. No mesmo período de 2010, 9,6% dos acordos empataram com a inflação e 3,7% não recuperaram o poder aquisitivo dos salários.

O comércio foi o que conseguiu melhor resultado entre os setores econômicos: nenhum acordo foi fechado com um índice abaixo do INPC. Das negociações, 97,7% ficaram acima da inflação e 2,3% empataram com o INPC. O setor de serviços teve o pior desempenho. Apenas 77,7% obtiveram correção real dos salários, 9 5% repuseram o INPC e 12,8% não conseguiram receber o porcentual de inflação. Os trabalhadores da indústria conquistaram aumento real em 87% dos acordos, em 9,9% empataram com a inflação e em 3 7% não recuperaram seu poder aquisitivo.

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A maioria das negociações dos três setores - 53,5%, ou 189 acordos - conseguiu aumento real na faixa de 0,51% a 2%. Na faixa de 2,01% a 5%, ficaram 19,5% (69) dos acordos. Acima de 5% o estudo relacionou 2,5% (9) das negociações. E entre 0,01% e 0 5% ficaram 8,8% (31) dos acordos.

Os trabalhadores da região Centro-Oeste tiveram os melhores resultados e conseguiram aumento real em 97% dos acordos. A região Norte ficou na última posição da tabela, com 69,2% de negociações com aumento real. Na região Sudeste, 85,6% obtiveram ganhos em relação à inflação; na região Sul, 88,2%; e no Nordeste, 77,6%.