O Nobel de Economia Paul Krugman acredita ser "provável" que a Grécia entre em quebra e acabe abandonando o euro, enquanto avalia que Portugal tem uma probabilidade de 75% de se manter com a moeda única europeia.
O economista americano apresentou estas estimativas ao receber em Lisboa nesta segunda-feira um doutorado honoris causa das três universidades públicas de Lisboa, a Clássica, a Técnica e a Nova.
Krugman analisou a situação dos países resgatados na zona do euro - Grécia, Portugal e Irlanda - e apontou possíveis soluções à recessão na qual a Europa mergulhou, arrastada pela crise das dívidas soberanas.
"A Alemanha deveria seguir uma política orçamentária expansionista, acompanhada de uma política de 'dinheiro fácil' por parte do Banco Central Europeu. Isso poderia ajudar muito", opinou o economista, que comparou o caso da Grécia com o de Portugal.
"A situação não é tão ruim como a da Grécia, mas a verdade é que, nos mercados, Portugal é visto como o segundo país em maior risco. Portanto, há muita pressão", acrescentou.
A penalização da dívida soberana de Portugal a dez anos ficou na manhã desta segunda em 12,68%, abaixo dos aproximadamente 17% registrados há algumas semanas, mas ainda em um nível considerado alto para se financiar nos mercados.
Krugman voltou a defender que os países em dificuldade reduzam os salários dos trabalhadores entre 20% e 30% em relação aos alemães - "não é bom, mas tem que ocorrer para melhorar a competitividade" -, embora tenha alertado que não devem diminuir os pagamentos ao nível dos chineses.
Para o economista, os países periféricos da UE têm "pouca margem de manobra" diante da atual crise.
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