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estudo

Norte é região com mais idosos inadimplentes, diz Serasa

Um em cada cinco idosos da região Norte do país está inadimplente, mostra estudo inédito realizado pela empresa de informações financeiras Serasa Experian. De acordo com o levantamento, 19,1% das pessoas com mais de 60 anos da região têm dívidas atrasadas há mais de 90 dias com valor superior a R$ 200.

A média do país é de 12,7%, o que equivale a 28,5 milhões de habitantes. No Nordeste e no Centro-Oeste, o número de idosos com pendências financeiras cai para 13,3%. No Sudeste, o percentual é de 12,3%, enquanto o Sul apresenta a menor taxa, de 11%.

Segundo Luiz Rabi, economista da Serasa, o resultado reflete a baixa renda observada na região Norte. "Norte e Nordeste têm inadimplência maior porque a correlação do calote com a renda per capita é muito forte. Se fosse fazer o estudo com jovens e adultos, ia dar praticamente o mesmo resultado", diz.

De acordo com a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) de 2013, a região Norte tem rendimento médio mensal domiciliar de R$ 2.285, enquanto no Nordeste o valor cai para R$ 1.988. No Sul, a renda média domiciliar sobe para R$ 3.336, no Sudeste é de R$ 3.378 e no Centro-Oeste, de R$ 3.525.O percentual maior de inadimplência entre idosos nas duas regiões está ligado também à dificuldade de formação de poupança, afirma Rabi.

"Quando a renda é baixa, as pessoas têm dificuldade de fazer uma reserva financeira. Quando renda aumenta, a taxa de poupança cresce", afirma. "Então se ocorre uma conjuntura econômica desfavorável, como o aumento da inflação e do desemprego, quem tem renda mais elevada consegue utilizar essa aplicação financeira e honrar seus pagamentos. Quem não possui essa reserva não tem para onde correr."

Em relação aos Estados, o Amazonas registra o maior percentual de idosos inadimplentes: 24,1%, seguido pelo Amapá, com 21,2%. Na última colocação, com menos idosos inadimplentes, está Minas Gerais, com 10,3%.

A cidade com mais idosos inadimplentes é Manaus (AM), com 28,9%, seguida por São Luís (MA), com 25%. Já São Paulo reúne o menor percentual: 11,3%.

Contas em dia

Quem está com dívidas atrasadas deve tentar renegociá-las logo, afirma Rabi, da Serasa. E essa urgência tem a ver com o ciclo de aumento da taxa básica de juros, a Selic, promovido pelo Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central).

"Estamos em um contexto de aumento de juros. O devedor deveria sentar o mais rapidamente possível com o credor e aproveitar o momento em que os juros não subiram tudo. Vai ser uma renegociação mais barata do que esperar para fazer lá na frente, quando os juros aumentarem", afirma.

E mesmo quem está com as finanças em dia deve tomar cuidado com os gastos de fim de ano, para não se endividar. "É preciso colocar tudo na ponta do lápis para saber se vai ter capacidade de comprar todos os presentes. Todo começo de ano a inadimplência sobe e atinge seus piores momentos, pois os gastos se somam ao IPVA (imposto sobre veículos), IPTU (sobre prédios) e material escolar", ressalta.

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