Estudo
Proposta na Valec inclui travessia por Maringá e Cascavel
Nem a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) nem a Valec Engenharia, Construções e Ferrovias S.A se pronunciam oficialmente sobre os projetos em estudo da Ferrovia Norte Sul. A única informação repassada pela Valec é de que o trecho de Panorama (SP) a Chapecó (SC) não foi suprimido.
Segundo a companhia, a ligação entre Maracaju (MS) e Cascavel (PR) não representa uma alternativa a este trecho, mas um segundo corredor ferroviário, a EF 484. Com isso, a proposta que segue em estudo ainda inclui as regiões de Londrina, Maringá e Cascavel, sem passar, entretanto, por Apucarana e Guarapuava. A Norte Sul é uma ferrovia longitudinal, diferente da EF 484, considerada uma coletora.
A expectativa é que os estudos de viabilidade técnica da Norte Sul sejam concluídos até abril. O raio de influência da nova ferrovia deve ser de 100 km para cada região contemplada no traçado.
Mais veloz
A Norte Sul foi projetada com a largura entre os eixos maior, o equivalente a 1,60 metro. A nova ferrovia também tem condições de oferecer uma velocidade de transporte dos comboios ferroviários mais rápida que os corredores ferroviários convencionais 80 quilômetros por hora, em vez de 27 quilômetros por hora. A Norte Sul terá cerca de 4,2 mil quilômetros de extensão e ligará Barcarena (PA) a Rio Grande (RS).
Projetada para promover a integração nacional e minimizar os custos do transporte, a Ferrovia Norte Sul, a EF 151, está levando lideranças do Norte do Paraná a se mobilizarem por um traçado que contemple a região e corte o estado ao "meio". Prefeitos e associações empresariais e do agronegócio querem que o modal passe pelos municípios de Apucarana, Guarapuava e Pato Branco no trecho que deverá ligar Panorama, no interior paulista, a Chapecó, em Santa Catarina. A proposta, segundo eles, segue o traçado original do trecho Sul da EF 151 e contraria o projeto que liga Panorama a Maracaju (MS) e entra no Paraná através de Guaíra e Cascavel.
INFOGRÁFICO: Veja as ligações da Ferrovia Norte Sul
A reivindicação foi pauta de uma reunião recente entre gestores municipais, em Londrina. Eles pretendem expor a senadores e deputados federais os prejuízos que a região poderá ter caso o novo traçado seja mantido. A preocupação, explica o prefeito de Londrina, Alexandre Kireeff (PSD), é com o risco de tornar o Norte do estado isolado em termos de porto e transporte ferroviário. "Isso vai nos deixar fora da possibilidade de nos interligarmos com a região Central e Norte do Brasil, de maneira eficiente", diz.
O gestor assinala que os prefeitos querem que o traçado reivindicado seja considerado pelo governo como uma prioridade. Ele pontua que, até então, o governo já teria sinalizado que, caso não seja suprimido, o trecho poderá contar com uma "condição secundária" em relação a outro projeto. "Mas, entre os gestores, há o entendimento de que o traçado original é fundamental para o desenvolvido a médio e a longo prazo da região", define Kireeff.
Competitividade
Para o prefeito de Apucarana, Beto Preto (PT), os gestores envolvidos não querem prejudicar o Oeste do estado, incluído no novo traçado, mas melhorar os custos do frete para a região Norte. O mesmo deve ocorrer com as condições de escoamento da produção agrícola local. "Temos muita dificuldade para obter recursos do Estado e precisamos nos desamarrar disso para crescer, sob pena de vermos indústrias buscarem outras regiões para se instalarem nos próximos anos", salienta.
O presidente da Associação Comercial e Industrial de Londrina (Acil), Flávio Balan, também enfatiza que a bandeira encampada beneficiará toda a região Norte, que, segundo ele, enfrenta no transporte pedágios caros, riscos de acidentes e rodovias saturadas. "As empresas preferem estradas boas e próximas ao porto para se instalarem", pontua.
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