A fabricante norueguesa de papel Norske Skog acredita que a consolidação do setor é urgente para combater a queda nos lucros e o constante excesso de oferta no mercado.
O presidente-executivo da empresa, Sven Ombudstvedt, disse que a questão do excesso de capacidade --que junto com a fraca demanda está levando os preços para baixo e forçando o fechamento de unidades, precisam ser resolvidas dentro dos próximos 12 ou 18 meses.
"Os lucros estão muito fracos agora e os preços estão tão baratos que existe uma urgência da indústria em agir", disse o executivo à Reuters após o anúncio do grupo do primeiro aumento de preços de papéis para revistas em cinco anos.
A Norske Skog planeja aumentar os preços em 35 euros por tonelada para todos os mercados a partir de 1 de abril, o que significa avanço de cerca de 5 a 7 por cento.
"Nós estamos vendo agora que estamos chegando ao final do ciclo", disse Ombudstvedt. "Acreditamos que o mercado em geral está um pouco melhor, existe um maior interesse dos impressores, do público geral e dos anunciantes."
O presidente afirmou que a companhia norueguesa era proativa no que se refere à consolidação do setor, mas não comentou se a empresa, que é líder no mercado de impressão de revistas, é consolidadora ou alvo de aquisição.
A respeito da dívida do grupo, o presidente disse que a Norske Skog tem alguns ativos que não são fundamentais que poderiam ser vendidos, mas ele não descartou um aumento de capital como opção.
Ombudstvedt afirmou ainda que a companhia não está planejando nenhum fechamento de fábrica no momento, apesar de que a empresa está sempre buscando redução de custos.
Além disso, ele disse que não sabe ainda se ou quando a unidade da Norske Skog no Chile, que paralisou suas operações após o terremoto de 8,8 graus de magnitude no último mês, voltará a funcionar.
"Os primeiros relatórios dizem que iremos retomar (as operações). Talvez até o fim do próximo mês nós saberemos com certeza."
A Norske Skog possui uma fábrica no Brasil em Jaguariaiva (PR). É a única fábrica de papel para jornal do país, atendendo a cerca de 30 por cento do mercado nacional de publicações, com capacidade de produção de até 180 mil toneladas por ano.