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Grandes consumidores de energia são os mais preocupados com um eventual racionamento. É o caso da indústria de papel e celulose, bastante relevante no Paraná.

Um relatório do banco Citi mencionou a Klabin entre as companhias mais vulneráveis. Isso porque a empresa, que tem uma fábrica em Telêmaco Borba e está construindo outra em Ortigueira, ambas nos Campos Gerais, é consumidora líquida de energia – isto é, embora tenha plantas de geração, elas não suprem toda a sua necessidade. A Ibema, que fabrica papel-cartão em Turvo (Centro-Sul), alugou um gerador depois que oscilações na rede interromperam a produção várias vezes.

Hesitação do governo alimenta especulação

A necessidade de racionar energia é quase uma unanimidade entre especialistas e agentes do setor elétrico. Mas nem todos acreditam que ele vá mesmo ser decretado

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A situação da Santa Maria Cia. de Papel e Celulose, de Guarapuava (Centro-Sul), é mais confortável. Dona de duas pequenas hidrelétricas e de uma termelétrica a biomassa que somam 12 megawatts (MW) de potência, a empresa é autossuficiente em energia e em 2016, quando ficar pronta a ampliação da usina Salto Curucaca, passará a vender energia. A central, hoje com capacidade de 8,8 MW, poderá gerar até 37 MW, num projeto tocado em parceria com a Cooperativa Agrária.

O que preocupa a Santa Maria é que as empresas que compram seu papel – gráficas e fábricas de embalagens – não estão imunes ao racionamento. “Nós temos energia garantida, mas os clientes, não. Eles poderão passar por dificuldades, o que acabaria nos afetando”, explica Adriano Justus Folador, gerente administrativo e financeiro.

Regras mutantes

Segundo o executivo, as mudanças nas regras do setor elétrico – em especial as da MP 579, que baixou as tarifas – quase levaram a companhia a desistir da expansão de Salto Curucaca. “O projeto é de 2001 e, por causa da burocracia de órgãos do setor elétrico e ambientais, só agora estamos executando. E aí vem o governo e muda os preços, afetando toda a expectativa de retorno”, diz. (FJ)

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