A Maternidade Mater Dei, que realiza mais de 600 partos por mês pelo Sistema Único de Saúde (SUS), em Curitiba, agora faz parte do Hospital Nossa Senhora das Graças. A incorporação ocorre três anos depois de o hospital ter deixado de atender pelo sistema público, como estratégia para tirar as contas do vermelho. "Estamos retomando o trabalho de assistência social interrompido com a saída do SUS. Tomamos atitudes consideradas não muito simpáticas na época [foram 320 demissões] e ainda assim levamos dois anos para voltar a operar no azul", diz o diretor executivo do hospital, Eduardo Blanski.
A transação, dada a natureza das duas instituições, não envolve dinheiro. "Ficamos aproximadamente um ano em negociação e desde abril passamos a administrar a maternidade, que passa a atuar como uma filial nossa", afirma o administrador. Com a incorporação, o Nossa Senhora das Graças herda uma dívida financeira de cerca de R$ 120 mil. "É uma solução para a continuidade da Mater Dei, já que eram claros os sinais de que no futuro poderia não haver pessoas dispostas a assumir a maternidade e suas necessidades", diz Blanski.
A incorporação deve reduzir custos administrativos, informa o administrador, mas sem grandes cortes de pessoal, nem mudanças no perfil de atendimento, que é praticamente todo voltado para o SUS. O nome da maternidade será mantido.
A Mater Dei é um hospital pequeno, mas com grande volume de atendimentos. São 140 funcionários e cerca de 650 partos por mês. No Nossa Senhora das Graças, que tem 1,1mil funcionários, a média geral é de mil internações mensais, sendo cerca de 120 processos obstétricos.
Tendência
Existe uma tendência de fusão entre grandes e pequenos hospitais, segundo a Federação dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado do Paraná (Fehospar). Por meio de assessoria de imprensa, a entidade informa que incorporação permite ganhos com a escala, como redução com gastos com departamento de Recursos Humanos.
Os processos mais complexos geralmente são realizados por um hospital maior localizado em região mais central, que fica responsável por procedimentos também mais caros. O outro, na periferia, faz uma triagem, atendendo a casos mais simples (que demandam menos equipamentos e gastos mais baixos com mão-de-obra) e encaminhando situações mais complexas para a matriz.
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