Nota do País pode melhorar em menos de 6 meses

A presidente da agência de classificação de risco Standard & Poor's no Brasil, Regina Nunes, afirmou hoje que a melhora do rating (classificação de risco de crédito) do País pode ocorrer em um prazo inferior a seis meses, caso o Brasil atenda a algumas necessidades. No dia 23 de maio, a agência alterou a perspectiva de rating soberano de longo prazo em moeda estrangeira do Brasil de estável para positiva.

"Na perspectiva está subentendido de seis meses a dois anos. Poderia até ser um outlier e até se concretizar antes disso. Se você tiver mais notícias positivas em relação ao tamanho da máquina pública, à eficiência dos gastos públicos, a reformas que não seriam grandes reformas, mas pequenas reformas pontuais que melhorariam a eficiência do país, sim (pode ocorrer antes)", afirmou Regina, que participa da entrega do Prêmio AE Projeções nesta noite, promovido pela Agência Estado.

Atualmente, a perspectiva de rating soberano do Brasil em moeda estrangeira está em BBB-, o que é considerado "grau de investimento". "Eu espero que a perspectiva se concretize neste prazo (de seis meses a dois anos) porque a gente acredita na ortodoxia tanto fiscal quanto monetária desse governo. Em termos macroeconômicos, ela vai acontecer", disse Regina,

"O Brasil hoje é um País que passou por um ciclo positivo em função de sua melhora substancial de política fiscal e monetária que permitiu que o País tivesse a situação de grau de investimento", afirmou Regina.

Regina lembrou ainda que a Standard & Poor's foi a primeira agência a colocar o rating do Brasil em grau de investimento, em abril de 2008. "É importante lembrar que, entre 2003 e 2008, o Brasil teve muitas ações positivas de rating", afirmou a executiva. "Nós fomos a primeira agência que fizemos o grau de investimento, em abril de 2008, já sabendo que a crise se anunciava. O aprofundamento da crise foi em setembro de 2008. Quando o Brasil chegou ao grau de investimento, isso indicava que ele estava menos vulnerável aos problemas vindo de terceiros que a problemas dele próprio, o que se confirmou", destacou Regina.