Apesar de avanço da Petrobras, bolsa recua 0,5%

Sem uma definição à vista em relação ao impasse dos EUA sobre o teto da dívida, os investidores nas principais bolsas de valores optaram pela cautela. As bolsas europeias tiveram perdas entre 0,16% em Londres e 0,77% em Paris, enquanto na praça de Nova York o índice Dow Jones, de referência mundial, cedeu 0,70%.

No front doméstico, o termômetro do mercado brasileiro de ações, o Ibovespa, derreteu 0,50%, mais uma vez abaixo dos 60 mil pontos (exatamente, 59.970). O giro financeiro foi fraco – R$ 4,42 bilhões- revelando a pouca disposição dos agentes financeiros em correr riscos.

Plano de investimento

A queda do índice somente não foi pior por conta dos papéis da Petrobras, que movimentaram aproximadamente R$ 800 milhões (preferenciais mais ordinárias) no pregão de ontem. A ação preferencial, o ativo mais negociado da bolsa, teve valorização de 2,3%, enquanto a ordinária subiu 2,2%. Na sexta-feira, a estatal divulgou seu plano de investimentos para o período de 2011-2015, orçado em US$ 224,7 bilhões (R$ 389 bilhões).

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A agência de classificação de risco Moody's rebaixou ontem a nota da Grécia para mais perto do calote diante do plano de resgate financeiro com participação dos bancos privados, anunciado na semana passada. A agência declarou que o resgate representa "virtualmente quase 100%" de probabilidade de um calote, já que os investidores privados perderão 20% do valor investido nos títulos do país.

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O anúncio foi mais incisivo que o feito pela Fitch Ratings na sexta-feira – a agência disse que rebaixará a Grécia assim que a troca de títulos for posta em prática. A Fitch manteve a nota de risco grega dois níveis acima do "RD" (equivalente ao calote seletivo). Já a Moody's promoveu um rebaixamento, aproximando a nota para apenas um grau acima da moratória.

Contágio

A Moody's declarou que o pacote foi um passo positivo porque estanca, por hora, o risco de contágio da crise para outras economias. Por outro lado, a agência alerta que o programa abre um perigoso precedente de participação privada em futuros acordos de resgate.

A Moody's indicou que esses aspectos positivo e negativo do pacote poderão ter impacto na nota de risco de outros países europeus com dívidas e deficits elevados. Sem citar Itália e Espanha, a agência mandou um recado para esses países.

O segundo programa de ajuda financeira à Grécia em pouco mais de um ano foi fechado na quinta-feira da semana passada pelos líderes europeus. Desta vez, com participação privada.

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O programa inclui empréstimo de 109 bilhões de euros (R$ 240 bilhões) da UE e do Fundo Monetário Internacional (FMI) com condições mais flexíveis. Os bancos privados concordaram em arcar com 37 bilhões de euros até 2019, com a troca de títulos antigos por novos de mais longo prazo. A Grécia poderá, ainda, recomprar uma parte da sua dívida com desconto.

A agência admitiu que pode voltar a elevar a nota de risco grega quando a troca de títulos for finalizada. Mas disse não prever quando poderia mudar a classificação e para que grau.