Fora o pré-sal já em exploração e o promissor campo gigante de Libra na mesma área, uma das grandes apostas da Petrobras é a "redescoberta" da bacia de Sergipe-Alagoas, na região nordeste. A estatal encontrou neste ano uma reserva em águas profundas com um expressivo volume de óleo leve - de boa qualidade e de maior valor comercial que será explorada a partir de 2018.
A um grupo de investidores internacionais e numa palestra ao lado de executivos de gigantes do setor como Shell e Total (sócias da estatal no campo de Libra, licitado neste mês por R$ 15 bilhões), José Formigli, diretor de exploração e produção da estatal, destacou a descoberta, sem dimensionar seu tamanho. Ressaltou a qualidade do petróleo e a rapidez com que a produção poderá ser iniciada.
O executivo afirmou que já está nos planos da estatal deslocar uma plataforma de porte médio (100 mil barris/dia de produção; as maiores têm de 150 mil a 180 mil de capacidade) para o local em 2018, quanto terá início a produção em escala comercial. Uma das ideias é usar uma unidade de produção em uso temporário no pré-sal (até que a unidade de produção definitiva fique pronta) para o novo campo.
Antes disso, diz, um teste de produção que deve durar alguns meses será realizado em 2015 para dimensionar melhor a descoberta, a vazão e fluidez do óleo. Com isso, será possível estimar quanto será extraído do campo e avaliar de modo mais seguro o tamanho da descoberta.
A presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, já havia dito que a reserva encontrada nas águas profundas da bacia de Sergipe-Alagoas era uma "bela descoberta". Considerada uma bacia madura, a área já tinha sido bastante explorada e com foco na produção em terra e águas rasas.
Ao lado de executivos da Shell e Total, ele disse que a Petrobras espera contar com a "experiência" das duas companhias "na gestão de projetos gigantes" de exploração e produção de petróleo óleo para desenvolver o campo de Libra. A resposta de Formigli fez alusão ao fato de a estatal brasileira ser, por força legal, a operadora do consórcio, ou seja, responsável por todas as contratações e a gestão do campo.
As duas companhias integram o consócio vencedor de Libra, com 20% cada uma. A Petrobras detém 40% e as estatais chinesas CNPC e CNOOC possuem 10% cada.
O diretor da Petrobras participou de evento sobre tecnologia de exploração marítima de petróleo OTC Brasil 2013.