A Amazon já recebeu 238 propostas de cidades, estados, distritos e territórios interessados em abrigar a segunda sede da empresa.
A gigante de varejo online publicou um mapa na segunda-feira (23) mostrando que as propostas vieram de Washington e todos os demais estados norte-americanos com exceção de sete — Arkansas, Havaí, Montana, Dakota do Norte, Dakota do Sul, Vermont e Wyoming —, bem como da maior parte do sul do Canadá, três regiões do México e Porto Rico.
Mês passado, a Amazon anunciou o intuito de inaugurar uma segunda sede norte-americana, iniciando uma disputa entre autoridades de desenvolvimento econômico dos Estados Unidos, Canadá e México, todos ansiosos pelos até 50 mil empregos e US$ 5 bilhões de investimentos que a empresa planeja fazer no novo local.
A Amazon, com sede em Seattle, e seu fundador, Jeff Bezos, lançou a busca pelo "HQ2" (abreviação, em inglês, de “Quartel-general 2”) ao publicar os critérios para a nova sede na Internet. Bezos emitiu uma declaração dizendo que espera que a nova localização "seja igual à nossa Sede de Seattle. O Amazon HQ2 trará bilhões de dólares em investimentos imediatos e contínuos, e dezenas de milhares de empregos altamente remunerados. Estamos ansiosos para encontrar uma segunda casa".
Se a Amazon cumprir seu plano de adicionar 50 mil empregos e 743 mil metros quadrados de espaço para escritórios em outra cidade, será o maior movimento corporativo em décadas, embora a empresa planeje manter sua atual sede em Seattle. Alguns governadores e prefeitos já iniciaram subsídios flutuantes de até US$ 7 bilhões enquanto outros filmaram vídeos on-line ou lançaram campanhas de marketing alinhadas às suas propostas. Na data limite para envio das propostas, 19 de outubro, edifícios de Nova York foram iluminados em laranja para coincidir com o logo da empresa.
O próximo passo é que o time imobiliário da Amazon classifique as propostas e decida quais devem ser consideradas mais de perto. Uma decisão é esperada para o início do ano que vem.
No entanto, analistas de políticas urbanas alertam que as jurisdições devem ter cautela ao oferecerem grandes subsídios a empresas enormes, argumentando que investir em força de trabalho, educação e transporte tende a ser uma aposta melhor para o crescimento econômico. Para acomodar o crescimento da empresa em Seattle, os contribuintes financiaram centenas de milhões de dólares em melhorias, embora a Amazon tenha contribuído diretamente com US$ 30 bilhões para a economia local.
Defensores de habitações acessíveis apontam aumentos agudos no preço de locação em Seattle como evidência de que as cidades na disputa devem se preparar para o aumento desse tipo de custo, caso a Amazon decida alocar milhares de funcionários altamente remunerados nelas.