A Amazon começou a operar no varejo brasileiro, vendendo e-books, em dezembro de 2012. De lá para cá, pouca coisa mudou — ela passou a vender livros impressos e alguns eletrônicos próprios, apenas. Indícios surgidos nos últimos meses, porém, apontam que a Amazon está prestes a expandir sua atuação no Brasil.
Nos pouco mais de sete anos desde que lançou sua loja virtual no Brasil, a Amazon acrescentou ao seu acervo os dispositivos Kindle em fevereiro de 2014 (antes, eles eram vendidos por parceiros, como o Pontofrio); livros impressos em agosto do mesmo ano; e o Fire Stick TV, em novembro de 2017.
Em 2017, a empresa abriu um martketplace de livros que, posteriormente, passou a vender eletrônicos, utensílios domésticos e itens de papelaria e escritório.
O movimento foi visto como o primeiro passo para que, a exemplo do que faz nos Estados Unidos e em outros países onde atua há mais tempo, a Amazon começasse a vender diretamente produtos de outros fornecedores em sua loja virtual.
Em 2018, quatro indícios que sustentam essa possibilidade apareceram.
1. Um galpão maior
Em fevereiro, a agência Reuters apurou que a Amazon estava transferindo suas operações logísticas de Barueri para Cajamar, cidade a 50 km da capital paulista, e negociando o aluguel de um novo galpão para armazenar de produtos.
O novo galpão fica no complexo de galpões Cajamar II e tem 50 mil metros quadrados — o anterior, em Barueri, tinha 12 mil metros quadrados. Em paralelo, a Amazon também negocia outro espaço em um parque logístico vizinho, o Cajamar III.
Em 4 de outubro de 2017, a Amazon se registrou junto à prefeitura de Cajamar para exercer atividade econômica na região.
2. Negociação com fornecedores
Entre 26 de fevereiro e 2 de março, a Amazon teria reunido executivos de diversas fabricantes em um hotel em São Paulo. O motivo, segundo a agência Reuters, seria apresentar os planos de venda direta da varejista aos fornecedores.
Uma fonte ouvida pela agência disse que representantes da Amazon confirmaram, expressamente, que o cadastro a que se referiam seria para a compra direta de produtos dos fabricantes para vendê-los ao consumidor final, e que os produtos seriam armazenados na região da Grande São Paulo.
3. Injeção milionária
A Amazon aportou R$ 97,5 milhões na filial brasileira no dia 1º de fevereiro, segundo apuração do BuzzFeed. O valor, repassado por empresas controladoras da filial brasileira, seria para expandir a operação da loja no país.
4. Transporte aéreo de produtos
Em abril, a Reuters revelou que a Amazon estaria negociando com a companhia aérea Azul a logística de mercadorias no território brasileiro.
Através da Azul Cargo Express, braço da companhia dedicado ao transporte de mercadorias, a Amazon conseguiria acesso em mais de 100 aeroportos brasileiros — todos onde a Azul opera. Em um país de dimensões enormes e com infraestrutura de transporte deficitária, caso do Brasil, ter agilidade pela via aérea seria uma necessidade para manter os prazos de entrega dos pedidos dentro das expectativas do consumidor.